Em entrevista ao Mercado&Cia desta sexta-feira, o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, adiantou que na próxima semana será publicada uma portaria autorizando a intervenção de R$ 150 milhões do governo no mercado de trigo. As cotações estão abaixo do preço estabelecido na política de preços mínimos.

A portaria já está pronta. Ela vai para o Ministério da Fazenda na segunda-feira e até quinta-feira já deve ter a portaria autorizando a fazer essa intervenção através dos mecanismos para sustentar os preços mínimos. Ficou acertado com o setor há 3 semanas quando fizemos a reunião no Ministério da Agricultura. A intervenção vai tirar o excedente da produção do Paraná e do Rio Grande do Sul. Essa portaria é exclusivamente para PEP e PEPRO.

No Paraná, principal estado produtor de trigo no Brasil, o setor recebeu com otimismo a informação, mas pediu agilidade para a confirmação da portaria.

O que é necessário é que as medidas entrem em vigência rápida, pois o trigo está abaixo dos preço mínimo. A renda do produtor já está complicada. A medida atende em partes a expectativa é que assim que entre em vigor efetivamente isso venha a marcar alguma reação nos preços. O mercado do trigo está numa situação muito pessimista, avalia a economista da Tania Alberti.

Já no Rio Grande do Sul, o diretor da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Hamilton Jardim, apenas 20% da área do estado gaúcho foi colhida e a expectativa é que sejam necessárias novas intervenções do governo além da anunciada hoje.

Nada é mais justo do que o governo começar a intervir neste momento, mas esses valores não vão mexer no mercado no primeiro momento. Está aquém do que queríamos. Acredito que vamos pedir nova intervenção no volume de R$ 150 milhões.

Durante a entrevista ao Mercado&Cia, o secretário alertou que não há orçamento para novos recursos serem destinados pára a cadeia do trigo.

O orçamento máximo que nós temos é de R$ 250 milhões. Agora a demanda do setor é de R$ 120 a R$ 150 milhões. Isso vai atender o setor. Se necessário for nós vamos retomar a discussão.

 

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