A tendência é de os preços permanecerem firmes entre R$ 70 e R$ 80,00/saca no interior
O acirramento da disputa comercial entre EUA e China, com a aplicação de sanções de ambos os lados, está criando uma grande oportunidade para a soja e o farelo do Brasil. A projeção é da T&F Consultoria Agroeconômica, que acrescenta ainda que não haverá sequer terá a concorrência dos países da América do Sul, pois a Argentina não produziu o suficiente nesta temporada e o Paraguai está abastecendo o país vizinho.
O analista Luiz Fernando Pacheco ressalta que este aumento da demanda “ainda não está se fazendo sentir em toda a sua plenitude, como se pode comprovar pelos prêmios que não subiram sequer a ponto de compensar a queda em Chicago (o normal seria que subissem mais do que a queda), mas acreditamos que seja uma questão de tempo”.
“Do lado americano, se o clima continuar favorável é provável que tenham uma safra maior, de um lado e, de outro, uma demanda menor, diante da redução de pedidos da China. Isto fará os mercados futuros caírem além dos 140 pontos que já caíram nestas duas últimas semanas ou se manterem nos baixos níveis em que já se encontram durante o resto desta temporada (que se iniciou em 01 de junho nos EUA)”, aponta o especialista.
Do lado brasileiro, a tendência é de os preços permanecerem firmes entre R$ 70 e R$ 80,00/saca no interior, à medida em que forem colocadas as ordens da China, descolando-se de Chicago e aproveitando os níveis relativamente altos do dólar (não espere dólar acima de R$ 3,80, porque isto desequilibra a economia do país, como o demonstraram as fortes ações do Banco Central para derrubá-lo quando ultrapassou este nível).
“Nós avisamos insistentemente de que deveriam aproveitar os excelentes níveis de R$ 80,00 FOB até duas semanas atrás e mais de 70% deles o fizeram, para nossa felicidade. É preciso que a China comece a colocar efetivamente mais ordens de compra de soja brasileira e que a questão dos fretes se resolva para que isto realmente aconteça”, conclui.
Fonte: Agrolink