A Embrapa Soja participa da feira Tecnoshow Comigo, a ser realizada de 9 a 13 de abril, em Rio Verde (GO), demonstrando uma tecnologia inovadora de inoculação que aumenta a produtividade do capim braquiária e também apresenta a metodologia de Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES). Outro destaque é a coleção de cultivares de soja para a região Central do Brasil. Dentre as cultivares da Embrapa, em parceria com a Fundação Meridional serão demonstradas: BRS 1001IPRO, BRS 1003IPRO, BRS 1074IPRO, BRS 388RR, BRS 413RR, BRS 511 e BRS 284. Em parceria com o CTPA, a Embrapa irá demonstrar, durante o Tecnoshow: a BRS GO 7858RR, a BRS 6970IPRO e a BRS 7470IPRO.
Inoculação para braquiária – A tecnologia de inoculação do capim braquiária foi gerada pela Embrapa Soja, em parceria com a empresa Total Tecnologia. Consiste na utilização do inoculante Azototal, primeiro produto comercial com registro para braquiárias, que contém estirpes selecionadas da bactéria Azospirillum brasilense. “Com a inoculação, as forrageiras poderão dispor de 25% a mais de proteína, o que irá melhorar a qualidade nutricional da alimentação dos animais”, relatam os pesquisadores Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira.
Estima-se que o Brasil tenha cerca de 180 milhões de hectares ocupados por pastagens, a grande maioria com braquiárias. Desse total, cerca de 70% encontram-se em algum estágio de degradação. “A recuperação de áreas com pastagens degradadas de braquiárias, usando a combinação de fertilizante nitrogenado e Azospirillum pode trazer, com baixo custo para o agricultor, um grande impacto na agropecuária brasileira, não só pela maior produção de biomassa, mas também por meio da melhoria na qualidade proteica na alimentação do gado”, relata Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja.
Benefícios para a braquiária – Considerando as parcelas que receberam fertilizante nitrogenado, a inoculação com o Azototal resultou em um incremento de 15% na produção de biomassa da braquiária e de 25% no conteúdo total de proteína. “Esses números são excepcionais e podem impactar positivamente a agropecuária”, afirma Mariangela Hungria. A bactéria Azospirillum brasilense é classificada como “bactéria promotora do crescimento de plantas”. O principal efeito dela é a produção de fitormônios, que resultam, principalmente, em incrementos consideráveis na biomassa de raízes. “Com o maior crescimento das raízes, a capacidade da forrageira para explorar o solo em busca de nutrientes e água é ampliada e permite, inclusive, um maior aproveitamento do fertilizante aplicado”, explica a pesquisadora.
DRES – A Embrapa e a Universidade Estadual de Londrina (UEL) desenvolveram o Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES). A metodologia permite, de forma muito mais rápida, a tomada de decisão sobre as práticas de manejo para melhorar a qualidade dos solos. Confira a página temática sobre o DRES: www.embrapa.br/dres/. O pesquisador Henrique Debiasi explica que o DRES é um método de avaliação visual da estrutura do solo que leva em conta a qualidade da agregação do solo, a partir de amostras dos primeiros 25 cm.
Nas amostras são observados o tamanho e a forma dos agregados e torrões, presença ou não de compactação ou outra modalidade de degradação do solo, forma e orientação das fissurações, rugosidade das faces de ruptura, resistência à ruptura, distribuição e aspecto do sistema radicular, e evidências de atividade biológica. A partir desses critérios, atribui-se uma pontuação de 1 a 6, na qual ”6” é indicativo de melhor condição estrutural, e “1” representa o solo totalmente degradado.
De acordo com o pesquisador, a coleta de amostras deverá ser realizada em diferentes glebas da propriedade e subdivididas de acordo com histórico da área e o tipo de solo e de textura. “O processo é bem simples, porque o produtor ao olhar para a amostra já consegue identificar se o solo está degradado ou não”, explica Debiasi. “O DRES identifica os parâmetros mais importantes de diagnóstico e indica o melhor manejo a ser adotado para a propriedade”, diz Debiasi.
Para o pesquisador, o DRES possibilita a técnicos e produtores rurais o reconhecimento dos efeitos dos diferentes sistemas de produção nas condições estruturais do solo. O método também auxilia no processo de tomada de decisão em relação às ações de correção ou melhoria da qualidade do manejo do solo de áreas agrícolas, com ênfase para aquelas cultivadas em Sistema Plantio Direto (SPD). “É importante destacar ainda que esta metodologia auxiliará na identificação dos manejos mais adequados para as diferentes situações e poderá ser empregada para identificar as práticas que melhor conservam o solo e a água”, destaca.
Autor(a): Lebna Landgraf – Embrapa Soja
Fonte: Embrapa