O objetivo desse estudo foi avaliar a influência dos métodos de aplicação de Mo e Ni na atividade das enzimas NR, UR e na massa seca da parte aérea
Autores: Daniel Malheiro do Nascimento1, Wilson Wagner Ribeiro Teixeira1, Milton Ferreira de Moraes2, Bruno Vizioli1, Karina Maria Vieira Cavalieri-Polizeli1
Palavras-chave: nitrato redutase; uréase; Glycine max.
O molibdênio (Mo) e o níquel (Ni) são micronutrientes essenciais no metabolismo vegetal em razão de serem indispensáveis na atividade das enzimas nitrato redutase (NR) e urease (UR), porta de entrada das duas rotas de assimilação do nitrogênio (N) nas plantas BROADLEY et al., 2012). Além disso, o Ni e o Mo, são constituintes das enzimas hidrogenase e nitrogenase, respectivamente (SELLSTEDT; SMITH, 1990). Neste contexto, o objetivo desse estudo foi avaliar a influência dos métodos de aplicação de Mo e Ni na atividade das enzimas NR, UR e na massa seca da parte aérea (MSPA).
O experimento foi realizado em casa de vegetação da UFPR, em Curitiba – PR. O solo utilizado foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO com textura arenosa (EMBRAPA, 2013), cujas características químicas foram: pH = 4,1; Ca = 0,6 cmolc dm-3; Mg = 0,5 cmolc dm-3; Al = 0,8 cmolc dm-3; P (Mehlich) = 3,0 mg dm-3; K = 0,07 cmolc dm-3; B (água quente) = 110 mg dm-3; Cu = 1,10 mg dm-3; Fe = 129,0 mg dm-3; Mn = 1,15 mg dm-3; Zn = 0,2 mg dm-3; V = 13,8 %; M.O. = 15 g dm-3.
Utilizou-se a soja (Glycine max L cv. BRS 360 RR) como cultura comercial, num delineamento inteiramente casualizado, com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram: (1) testemunha – sem Mo e Ni; (2) adubação via solo com Mo e Ni; (3) adubação via solo com Ni; (4) adubação via solo com Mo; (5) adubação foliar com Mo e Ni; (6) adubação via solo com Mo e Ni foliar; (7) adubação via solo com Ni e Mo foliar.
A adubação de base foi realizada com solução nutritiva nas doses: 200 mg dm-3 de P, 50 mg dm-3 de K, 15 mg dm-3 de S, 5,0 mg dm-3 de Cl, 0,1 mg dm-3 de Co, 1,0 mg dm-3 de Cu, 5,0 mg dm-3 de Mn, 3,0 mg dm-3 de Zn e 1,0 mg dm-3 de B, utilizando como fontes reagentes para análise (p.a.). Para promover o aporte de N na soja, as sementes receberam inoculante líquido (BIAGRO LIQUIDO PLUS®), com estirpes de Bradyrhizobium japonicum SEMIA 5079 e 5080, na concentração bacteriana de 2,0 x 109 células mL-1.
Os tratamentos via solo foram realizados com a adubação de base, com dose de 0,5 mg dm-3 de Mo e 0,5 mg dm-3 de Ni, utilizando como fontes molibdato de amônio ((NH4)6Mo7O24.4H2O) e sulfato de níquel (NiSO4.6H2O), respectivamente. Após aplicação homogeneizou-se o material de solo de cada vaso isoladamente, deixando novamente incubado por 30 dias.
Os tratamentos via foliar foram divididos em quatro aplicações: aos vinte e três, vinte e cinco, vinte e sete e vinte e nove dias após a emergência. As doses consistiram de 1,5 mg de Mo por vaso e 1,5 mg de Ni por vaso, utilizando as mesmas fontes empregadas na adubação via solo. Os tratamentos via foliar foram realizados, com pincel em todas as folhas das plantas, tomando o cuidado para não haver escoamento da solução no solo. O espalhante adesivo Nimbus® foi utilizado nas aplicações foliares.
Cada parcela experimental foi constituída por um vaso com duas plantas. Foram avaliados os seguintes parâmetros: atividade das enzimas NR e UR em R3 (início da formação de vagens) e MSPA em R8 (maturação fisiológica). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas por Turkey (p < 0,05) e correlação de Pearson.
Conforme análise de variância constatou-se que a atividade da UR apresentou diferença estatística entre os tratamentos, sendo que a aplicação via solo de Mo e Ni apresentou maior atividade (251,2 μmol NH4 + g MF-1 h-1) e a testemunha a menor (182,8 μmol NH4 + g MF-1 h-1). Entretanto, testemunha apresentou maior atividade da enzima NR (0,42 μmol NO2 – g MF-1 h-1) diferindo estatisticamente dos demais tratamentos.
A MSPA apresentou a mesma tendência observada na atividade da UR, na qual o Mo e Ni via solo foi maior (12,06 g planta-1) e a testemunha menor (10,69 g planta-1) em relação aos demais tratamentos. A correlação de Pearson entre MSPA vs atividade da UR (r = 0,68*) foi positiva e significativa demonstrando assim a importância enzima na produção de MSPA.
Conforme os resultados copilados acima se conclui que a atividade da UR e NR tiveram efeitos significativos sobre os parâmetros bioquímicos e produtivos na cultura da soja.
Referências
BROADLEY, M.; BROWN, P.; CAKMAK, I,; RENGEL, Z.; ZHAO, F. Function of nutrientes: micronutrientes. In: MARSCHNER, P. (ed.). Mineral Nutrition of Higher Plants. San Diego: Academic Press, 2012, p.191-248.
SELLSTEDT, A.; SMITH, G.D. Nickel is essential for active hydrogenase in free-living. Frankia isolated from Casuarina. Federation of European Microbiological Societies. Microbiology Letters, v.70 p.137-140, 1990.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3.ed. Brasília, 2013. 353p.
Informações dos autores:
1Universidade Federal do Paraná, Mestrando, Curitiba – PR;
2Universidade Ferderal de Mato Grosso.
Disponível em: Anais XX Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo – RBMCSA. Foz do Iguaçu, PR. 2016.
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