18 dez de 2017
Brasil – Agricultura – O milho novamente em discussão

Por Ivan Ramos – diretor executivo da Fecoagro/SC

O grão de ouro do agronegócio catarinense volta a ser discutido em nosso Estado. O milho. Depois de uma relativa frustração dos produtores com os preços recebidos nesse ano, o assunto volta à tona, onde plantadores reclamam por medidas que assegurem lucratividade na atividade; e consumidores defendem preços reais e compatíveis com os custos de produção das proteínas animais para competirem nos mercados nacionais e internacionais.

 

Na semana que passou a Secretaria da Agricultura do Estado e o Canal Rural discutiram o formato do novo Fórum que analisará a problemática do milho, e que acontecerá dia 21 de fevereiro próximo, dentro da programação do Tecnoeste em Concórdia.

Duas preocupações foram levantadas; uma pelo secretário Moacir Sopelsa e outra pelo adjunto Airton Spies. Sopelsa enfatiza que temos que discutir mecanismos de garantia de preços aos plantadores de forma que assegure rentabilidade e atratividade para o plantio do cereal. Esse ano foi identificado frustração porque se estimulou a ampliação da produção, mas os preços não compensaram, comprometendo a credibilidade das promessas inexequíveis.

 

O secretário defende a necessidade de se discutir alternativas que estimulem a venda futura com preços compensadores, para que haja definição antecipada de plantio, e não deixar para após a colheita acertar os preços. Para isso precisa a aceitação dos consumidores de milho, principalmente as nossas agroindústrias que acabam sendo as balizadoras no mercado.

Já o secretário Adjunto Airton Spies defende que precisamos ampliar o uso de tecnologia, com sementes e outros insumos de ponta, para aumentar a produtividade na mesma área, já que em SC não existe espaços livres para ampliação, restando à competição com outros grãos, no caso, a soja.

 

Spies destacou, em que  pese nosso Estado ter a maior produtividade média do País, neste ano mais de 8.500 kg por hectare, bem acima da média nacional, que ainda temos espaços para ampliar. Já tivemos regiões que produziram mais de 10 mil kg por hectare e potencial tecnológico para passarmos da média de 12 mil kg por hectare. O secretário adjunto prega a melhoria da tecnologia no plantio do milho, mas ressalta que existem alternativas com outras culturas quem podem complementar a alimentação animal.

 

A reunião entre o Canal Rural e os secretários Sopelsa e Spies, definiu três focos principais a serem abordados no Fórum que acontecerá em Concórdia: Produtividade; Logística e Armazenagem; e Mercados e Tendência. Pontos cruciais para cultura do milho em SC. Agora serão convidados os maiores especialistas nesses setores para mostrar alternativas a serem expostas no Fórum e caberá aos produtores e consumidores de milho participar das discussões e encontrar saídas que atendam os interesses dos dois segmentos. Como o evento será realizado durante o Tecnoeste em Concórdia, certamente facilitará maior participação dos agricultores da região, mas continuará aberto para que todos participem através de inscrições pelo site do Canal Rural, ou mesmo acompanhe através da transmissão ao vivo pelo Canal Rural e pela TV COOP/SC.

 

O milho é o x da questão para nós catarinenses.  Todos os anos precisamos comprar de fora outra parte daquilo que produzimos para mantermos nossas estruturas de criação e industrialização pecuária e, certamente, temos que estar permanentemente buscando alternativas para não desestruturarmos um sistema agroindustrial que é exemplo para o País, mas que sempre têm provocado dor de cabeça para quem produz e quem consome. E os governantes tentando minimizar com incentivos que nem sempre são compensadores ao ponto de mudar o comportamento de quem produz. Pense nisso.

 

Fonte: Ascom FECOAGRO

 

 

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