28 fev de 2022
Brasil – Agricultura – O que fazer se a chuva atrapalhar o controle das plantas invasoras de pastagens?

Agrônomo lembrou que não só a falta de chuvas, como o excesso de umidade também atrapalha o controle das plantas daninhas; veja medidas para contar a situação neste fim de safra

Em entrevista que foi ao ar pelo Giro do Boi desta segunda, 28, o engenheiro agrônomo de campo da Corteva Edson Ciocchi disse em resumo o que o produtor rural pode fazer caso a chuva atrapalhe o controle das plantas invasoras de pastagens. Conforme argumentou Ciocchi, tanto o excesso quanto a falta de umidade atrapalham a limpeza de pasto.

Nesse sentido, o especialista contextualizou a situação das chuvas em MS e MT, as áreas em que atua. De acordo com o agrônomo, os estados vizinhos tiveram situações distintas, com MS sofrendo com veranicos, ao passo que MT teve uma safra regular de modo geral. Sobretudo no sul de Mato Grosso do Sul, os pastos se apresentaram muito rapados devido à falta de umidade e também à competição com plantas daninhas.

Em seguida, Edson respondeu porque a planta daninha ameaça a condição das pastagens mesmo em meio aos veranicos. “Quando nós pensamos que a planta daninha é do bioma, ela tem um sistema radicular pivotante muito mais adaptado em questão de extrair nutrientes do solo do que o capim. E ainda nós temos o boi que consome o capim, e não a planta daninha. Então é uma concorrência muito forte. E a planta daninha, dependendo da infestação, pode limitar muito a produção de capim”, observou.

ESPERE A CHUVA PASSAR… OU CHEGAR

Logo depois, Ciocchi explicou o que dificulta o controle das plantas invasoras de pastagens com muita chuva ou com a falta dela. “Muita chuva atrapalha no controle e pouca chuva também. “Em um veranico de 15 dias, por exemplo nós já indicamos para o pecuarista parar o controle de plantas daninhas, esperar ter chuvas para a planta voltar a ter o metabolismo normal para poder controlá-la. Quando eu tenho excesso de chuva, eu também tenho a planta estressada […]. Também devemos aguardar uma semana até o pasto secar bem para a planta estar metabolicamente ativa novamente para poder absorver o herbicida”, comentou em síntese.

SOLUÇÕES

Além disso, o especialista citou o que o produtor pode fazer para amenizar a situação. “Um dos principais pontos hoje é a adequação da taxa de lotação, da capacidade de suporte da pastagem. Assim, quando a gente vê pasto muito rapado, isso dá condição para a planta daninha vir muito forte. Portanto, o manejo em si das pastagens nesta safra está muito complicado. Principalmente pela baixa produção de capim. Esse ajuste do pecuarista em número de cabeças que pastejam num hectare”, citou em primeiro lugar.

“Agora, quando nós já estamos do meio para o final da safra, é muito importante que ele tenha estratégia do período da seca. Como, por exemplo, diferimento de pasto. Esse é o momento de reservar aquele pasto para poder diferir, para deixar como feno em pé para a estação seca. Da mesma forma, se ele tem alguma estratégia de confinamento, se já tem lastro com milho, com soja, com todos os insumos. Senão a estratégia pode ser até vender animais agora para poder ter uma passagem para um período de seca mais tranquila. Agora é o momento da decisão. Nesse sentido, ele tem que pensar como vai fazer, se vai ter que vender animais ou trazer alimento de fora. Ou ainda se tem outras áreas para arrendamento”, acrescentou.

CONTRA O RELÓGIO

Acima de tudo, Ciocchi lembrou que o pecuarista deve buscar um sprint final para evitar a semeadura das plantas invasoras de pastagens. “Nesse momento agora, daqui para o final, ele deve evitar que as plantas daninhas sementeiem […]. Então é controle químico para fazer agora nas plantas que ainda possam ter controle via foliar, plantas de mais fácil controle. Por outro lado, as plantas de difícil controle, que ele não tem controle foliar, dá pra fazer alguma intervenção via toco ou via basal. Isso ele consegue fazer mais pra frente”, sugeriu.

Sob o mesmo ponto de vista, Ciocchi recomendou ainda que o produtor possa priorizar alguns piquetes no controle das plantas invasoras de pastagens. “O que tem que fazer agora? Acudir os pastos que eu tenho controle foliar para poder eliminar essa matocompetição. E evitar também que essas plantas sementeiem e aumentem seu banco de sementes. Agora, é priorizar entrar no controle daquele pasto que tem mais estande de capim e tem mais chance de se recuperar”, reforçou.

JANELA DE APLICAÇÃO

Em conclusão, o agrônomo de campo da Corteva informou que ainda há uma certa janela pra a aplicação do herbicida para controle das plantas invasoras de pastagens. Ao menos até meados ao final de abril em regiões de MS e MT. Contudo, o pecuarista deve contar com a ajuda de um especialista não diagnóstico de sua situação, seja para identificar a planta daninha, a dosagem certa. Enfim, também fazer a calibragem do equipamento de aplicação, juntamente com a observação da temperatura, umidade e vento.

“O freio de mão da pecuária é a degradação de pastagem. Nós temos que acabar com a degradação para produzir cada vez mais carne, e carne de qualidade para o brasileiro e para o mundo”, disse por último.

Por fim, assista a entrevista completa com Edson Ciocchi sobre controle das plantas invasoras de pastagens:

Foto ilustrativa: Reprodução / Pasto Extraordinário

Fonte: Giro do Boi

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