17 dez de 2016
Brasil – Agricultura – Praga oculta no solo ataca a raiz e traz prejuízos aos sojicultores

Produtor relata perdas de até 20% com a infestação do percevejo-castanho e dificuldades em controlar

Pedro Silvestre, de Jaciara (MT)
Um inseto tem trazido muita dor de cabeça aos produtores de soja de Mato Grosso e, acredite, não é a lagarta helicoverpa. Trata-se, segundo a Embrapa, de uma praga ainda pior para a cultura da soja, o percevejo-castanho-de-raiz. O que o torna tão temível? A falta de produtos no mercado para seu controle e seu alto poder destrutivo, já que ele ataca diretamente a raiz, matando a planta.

Ao vasculhar o solo onde a soja está plantada e se deparar com um odor forte e desagradável, na maioria das vezes, isso pode significar a presença de um invasor nada amigável, o percevejo-castanho-de-raiz. Este inseto ataca as raízes da soja, sugando-as e, dependendo do estágio da planta, causando a morte. Em uma análise exclusiva da Embrapa Soja para o projeto Soja Brasil, a praga foi considerada a quinta pior para a cultura, atrás apenas da mosca-branca, lagarta da soja, lagarta falsa-medideira e o temido percevejo-marrom. Veja o levantamento abaixo:

As 10 piores pragas da soja

Os agricultores de Jaciara, na região sudeste de Mato Grosso, estão bastante preocupados com a proliferação desses insetos. “Ele gruda na raiz e suga a seiva dela, matando uma parte da planta. Sem ela, a soja não consegue sugar a água, a planta deteriora e fica fraca”, conta o produtor Giovani Fritch. “Uma parte da fazenda está bastante infestada.”

O sojicultor está muito preocupado, pois o ataque da praga está cada vez maior, principalmente nas variedades precoces. “Na soja mais velha, a praga praticamente não apareceu. Só nas mais precoces. De dois anos para cá a infestação está aumentando e este ano está atacando com mais rigor do que em outros”, diz o agricultor. “Calculo um prejuízo de 10% a 20%.”

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Segundo Fritch um dos principais problemas é não ter no mercado algum produto 100% eficaz e específico contra a praga. “Não tem mesmo. Até apareceu alguma coisa, mas não controla direito. São meio paliativos, e tem um tratamento de até uns 50 dias, mais ou menos. Depois disso, os percevejos continuam atacando”, afirma.

A Embrapa Soja explica que quando o ataque ocorre na fase inicial, as plantas atacadas podem morrer, resultando em falhas de estande na lavoura. No Cerrado, perdas no rendimento da soja podem ocorrer a partir de populações entre 25 e 40 percevejos por metro de fileira, dependendo da fertilidade do solo. Devido a seu hábito críptico são insetos de difícil controle.

O presidente do Sindicato Rural de Jaciara, Ereno Giacomelli, conta que a praga é a principal preocupação dos sojicultores nesta safra. “O problema está pior. Tem talhões que irão dar muitos prejuízos. Onde vemos falhas, a soja não renderá mais do que 12 ou 15 sacos por hectare”, garante Giacomelli.

Ele acredita que esta proliferação está ligada ao clima, já que no ano passado, durante os períodos de estiagem a praga não se manifestou. “Acredito que com este excesso de umidade, a planta fica mais bem desenvolvida e as pragas atacam”, diz.

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Sobre o Projeto Soja Brasil
O projeto tem a realização do Canal Rural e da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), com a coordenação técnica da Embrapa Soja. O apoio institucional é do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) e da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). A consultoria é de Safras & Mercado e Somar Meteorologia. O patrocínio é de BASF e Mitsubishi Motors. O apoio nos eventos é de Yara Brasil Fertilizantes.
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