22 nov de 2017
Brasil – Agricultura – Rede AgroNano reúne mais de uma centena de trabalhos científicos em comemoração aos 10 anos de pesquisa

Ao completar uma década de pesquisa, desenvolvimento e inovação, a Rede de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio (Rede AgroNano) reúne os avanços obtidos em laboratório e em campo por unidades da Embrapa, universidades e instituições de pesquisas para apresentar na IX edição do Workshop de Nanotecnologia. São 170 trabalhos científicos, entre eles, pesquisas envolvendo fertilizante de liberação controlada, tecnologia para produção de nanocelulose bacteriana, recobrimento de ovos e tecnologia para reduzir o uso de animais de laboratório.

 

A Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP) sedia o evento nesta terça e quarta-feira (21 e 22), a partir das 8 horas, com quase 250 participantes.

As pesquisas são desenvolvidas no âmbito da Rede de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio (Rede AgroNano) e do NANoREG, um Consórcio Europeu para regulação em nanomateriais, que reúne várias instituições brasileiras, entre elas, a Embrapa, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no estado mineiro, também contribui para o alcance de resultados, como a tecnologia para reduzir o uso de animais de laboratório.

 

Rede AgroNano

 

Criada há dez anos, a Rede AgroNano já se estabeleceu como um grupo de pesquisa consolidado e de incorporação contínua de conhecimento e de desenvolvimento de tecnologias. O desafio de atuar em caráter multidisciplinar, unindo diferentes visões e integrar diversas áreas do conhecimento tem proporcionado resultados expressivos à Rede.

Em uma década, os 157 pesquisadores de 62 instituições de pesquisa da Rede, sendo 23 centros da Embrapa e 39 universidades, desenvolveram mais de 50 projetos, incluindo  o apoio de parceiros internacionais, entre eles, o Serviço de Pesquisa Agrícola, vinculado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, agências de fomento e empresas privadas.

 

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação, José Manoel Marconcini, estima que foram investidos cerca de R$ 15 milhões para o desenvolvimento dos projetos conduzidos no âmbito da Rede AgroNano.

Mas a contribuição vai além de apoiar o avanço do conhecimento, que está registrada em 595 trabalhos científicos publicados e oito depósitos de patentes. Em uma década, a AgroNano foi estratégica para oportunizar a formação e qualificação de uma centena de profissionais de alto nível, muitos exercendo atualmente funções acadêmicas em universidades brasileiras ou em iniciativas de empreendedorismo.

 

É o caso da Bio Nano Indústria e Comércio de Derivados de Celulose Ltda – ME, empresa fundada recentemente pela bolsista Ana Carolina Correa Bibbo para trabalhar com escalonamento de nanocelulose.

As pesquisas desenvolvidas pela rede estabeleceram a base para a formalização de acordos e contratos de cooperação técnica.

De acordo com o coordenador da Rede AgroNano, o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Caue Ribeiro, são 16 empresas parceiras no país que atuam para alavancar o desenvolvimento de pesquisas de interesse do agronegócio, com o propósito de encurtar o tempo entre o laboratório e o mercado. “Assim, será possível disponibilizar pesquisas como sensores gustativos para avaliação de bebidas, fertilizantes de liberação controlada, revestimentos produzidos à base de frutas e vegetais para embalagens, fármacos, entre outros”, afirma.

 

A Embrapa Instrumentação já atua com o desenvolvimento de pesquisas envolvendo o tema desde 1997. Para fortalecer a agricultura tropical, inaugurou o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), em 2009, que funciona em forma de “facility” para colaborações científicas e prestação de Serviços para instituições públicas e iniciativa privada.

Considerado estratégico para o país, o LNNA integra o Sistema de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), desde julho de 2013.

 

Para o engenheiro de materiais Luiz Henrique Caparelli Mattoso, especialista em polímeros condutores e um dos maiores incentivadores da criação do LNNA, o laboratório detém uma capacidade instalada que permite conhecer, dominar e manipular cada vez mais compostos oriundos da área agrícola em escala nanométrica.

 

“A partir do momento em que se consegue explorar melhor todas as propriedades de seus constituintes é possível, em um mesmo grão de soja, por exemplo, extrair alimento, leite, óleo comestível, óleo combustível, tinta, plástico, borracha, remédios e outros produtos, cujo potencial ainda são desconhecidos”, afirma.

 

Workshop

 

O evento tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação no Brasil na área de nanotecnologia aplicada ao agronegócio, para a formação de recursos humanos, devido ao fato de ser um fórum multidisciplinar que discute o caráter transversal dos nanomateriais, suas aplicações e impactos na área agrícola, ambiental e social.

Além disso, se propõe a apresentar os últimos avanços científicos e tecnológicos da nanotecnologia e suas aplicações, os impactos ambientais e aspectos de segurança da nanotecnologia.

 

A programação do evento técnico científico, que é constituído de alunos de graduação e pós-graduação, pós-doutores, professores e pesquisadores, empreendedores e representantes de empresas privadas, consta de sessões técnicas para apresentações de pôsteres pelos congressistas e de palestras que serão realizadas por pesquisadores convidados de universidades e instituições de pesquisa.

As pesquisas envolvendo novos materiais e processos em nanotecnologia e suas aplicações no agronegócio são as que mais se destacaram entre os dez temas proposto pelo workshop. A temática foi responsável por 71 trabalhos inscritos, seguido de processamento de filmes nanoestruturados para embalagens e conservação de alimentos, com 23 e desenvolvimentos de nanocompósitos a partir de fontes renováveis, também com 23 trabalhos.

 

No dia 22, às 16h30, pesquisadores de quatro unidades Embrapa e da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) debatem o tema nanotoxicologia em uma mesa-redonda.

Foto: Filmes comestíveis produzidos no Laboratório de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio é um dos avanços obtidos pela Rede AgroNano

Joana Silva, Jornalista (MTb 19554)
Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Instrumentação

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

São Carlos/SP

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