O objetivo desse trabalho foi determinar a toxicidade de proteínas Bt para S. cosmioides e S. eridania.
Autores: João Marcus L. Matos¹; Marcelo M. Rabelo²; Eliseu José Guedes Pereira³; Fernanda F. Sousa4; Anielly C. Saar5
Em soja e algodão, o controle das principais lagartas desfolhadoras atualmente é feito com o uso de plantas geneticamente modificadas que produzem toxinas de Bacillus thuringiensis (Bt).
Entretanto, uso de cultivos Bt em larga escala pode elevar a intensidade de infestações por insetos não-alvo de controle por plantas Bt, tais como as lagartas Spodoptera cosmioides e S. eridania, pragas secundárias que ocasionalmente causam prejuízos em plantações de soja e algodão.
Assim, o objetivo desse trabalho foi determinar a toxicidade de proteínas Bt para S. cosmioides e S. eridania. Larvas neonatas foram expostas a concentrações crescentes das toxinas Cry1Fa e Cry2Aa na superfície de dieta artificial. Sete dias depois, foram avaliadas a inibição do crescimento e a mortalidade larval.
Os resultados evidenciam diferença na resposta das duas espécies de lagartas às toxinas estudadas. S. cosmioides apresentou maior inibição no crescimento quando exposta a Cry1Fa (concentração efetiva para reduzir 50% do crescimento larval, CE50 = 9.4 ng/cm²) e o inverso foi observado em S. eridania, que apresentou maior inibição de crescimento quando exposta a toxina Cry2Aa (CE50 = 21 ng/cm²). Para S. cosmioides, as concentrações de Cry1Fa e Cry2Aa para causar 50% de mortalidade larval (CL50) foram altas (455 e 1497 ng/cm²).
Cry1Fa nas concentrações testadas não causou mortalidade significativa em lagartas de S. eridania, sendo a estimativa de CL50 superior a 3.000 ng/cm². Em contraste, a CL50 de Cry2Aa para S. eridania foi de 114 ng /cm2. Em conclusão, estas S. cosmioides e S. eridania. são relativamente pouco suscetíveis a toxinas Bt das classes Cry1 e Cry2, sendo importante estudar os possíveis efeitos subletais de variedades Bt de soja e algodão nestas lagartas.
Palavras-chave: Spodoptera cosmioides, Spodoptera eridania, transgênicos.
Apoio: FAPEMIG.
Informações dos autores:
¹,2,3,4,5 Universidade Federal de Viçosa-UFV, Departamento de Entomologia/ Laboratório interação inseto planta.
Disponível em: Anais do XXVI Congresso Brasileiro de Entomologia / IX Congresso Latino-Americano de Entomologia . Maceió, Alagoas, 2016.
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