30 jul de 2018
Brasil – Agronegócio – Aumenta o pessimismo no agronegócio

O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), divulgado na semana que passou, mostra que o segmento passou de um otimismo moderado no primeiro trimestre, para um quadro de pessimismo. O indicador caiu de 107,1 pontos entre janeiro e março para 98,3 de abril a junho. O limite é 100.

André Pessôa, diretor da Agroconsult, que faz o levantamento das informações para a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), revela que a piora das expectativas se deve principalmente à deterioração das condições gerais da economia brasileira – que têm peso de cerca de 70% no índice – do que a pontos mais intrínsecos ao setor. Mas a greve dos caminhoneiros e o tabelamento do frete, fatores que atrapalharam o agronegócio e aumentaram o mau humor no País, bateram nos dois lados.

 

– Estamos chegando a um nível de pessimismo parecido com o que tínhamos no período do pré-impeachment da presidente Dilma Rousseff – diz Pessôa.

Contribuíram para a queda do ICAgro a recuperação cada vez mais lenta da economia, o mercado de trabalho fraco e o Congresso praticamente parado, sem andamento de reformas.

– Houve uma reversão completa de expectativas positivas que existiam até o primeiro trimestre – completa Pessôa, acrescentando que o pessimismo é tanto dos produtores rurais, quanto de atividades complementares, dos fornecedores de insumos a indústrias transformadoras.

Nas questões que afetam de forma mais direta os negócios no campo, a piora foi menor. Os preços em regra estão bons, o câmbio ajuda nas exportações, mas, por outro lado, há grande preocupação com o aumento dos custos de produção.

 

A queda das exportações pelo embargo russo achata os preços do suíno vivo pago aos produtores.

O presidente da Acsurs, Valdecir Folador, lembra que, com o principal destino externo fechado, a produção foi deslocada para o mercado interno, com reflexo nos preços. Como é uma cadeia de ciclo médio, também não foi possível diminuir a produção.

– O produtor está queimando a gordura acumulada de 2015, 2016 e 2017, anos razoáveis – diz Folador.

A Associação Brasileira de Proteína Animal pediu ao Palácio do Planalto que, no próximo encontro dos Brics, negocie a retirada de barreiras, como a imposta pela Rússia à carne suína.

Fonte: Zera Hora / Caio Cigana

 

Oferecimento:

77 9 9926-6484 / 77 9 9979-1856