A Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende e trabalha a melhoria da qualidade do leite, sendo esta uma de suas principais bandeiras para evoluir e fomentar o setor lácteo brasileiro.
Atualmente, com a reformulação da Instrução Normativa nº 62/2011 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o tema qualidade do leite volta a ser destaque, com a CNA debatendo junto ao setor produtivo, a melhor forma de alinhar as propostas do novo regulamento, com a realidade observada no campo.
Nesta linha de atuação, as Portarias 38 e 39/2018 do MAPA, colocadas em consulta pública para análise e posterior substituição da IN 62/2011, foram avaliadas pelo setor produtivo e os principais pontos que precisavam ser alterados contaram com sugestões da CNA para que a produção de leite no Brasil fosse regulamentada de forma mais efetiva.
Na sexta (29), o Ministério da Agricultura publicou a Instrução Normativa nº 31, que prorroga por mais um ano os prazos para a alteração dos padrões de Contagem Bacteriana (CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS) no leite. Desta forma, ficam mantidos os atuais limites de CBT, 300.000 ufc/mL e de CCS, 500.000 CS/ml, até o dia 30 de junho de 2019.
Outros pontos trabalhados pela CNA podem ser destacados quando o assunto é qualidade de leite. Em 2017, o projeto Mapa da Qualidade, publicado pelo laboratório da Clínica do Leite/Esalq-USP, contou com o apoio da Confederação e trouxe ao setor importantes informações estratégicas. Uma delas foi o resultado das amostras de leite dos 44 mil rebanhos enviados para a clínica, 42% possuíam média de Contagem Bacteriana Total (CBT) entre 40 e 300 mil UFC/ml.
De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Thiago Rodrigues, esse tipo de informação torna mais fácil a identificação de problemas e a busca por melhorias, tanto no processo produtivo, quanto no âmbito de fiscalização.
“Para replicar a análise ao cenário nacional, a CNA vem pressionando o Ministério da Agricultura para que ele disponibilize acesso ao Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite Brasileiro (SIMQL) desenvolvido pela Embrapa e que reúne milhões de dados referentes aos resultados de análises do leite produzido no país”.
Outra ação da Comissão ocorre no Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite do MAPA. Além de fazer parte do Grupo Técnico de discussão do tema, a CNA atua propondo e trabalhando demandas específicas para estabelecer novas diretrizes baseadas nos temas que mais impactam a cadeia produtiva.
Thiago explica que um desses pontos é com relação ao controle e erradicação de brucelose e tuberculose. A proposta da CNA é rediscutir e modernizar as ações voltadas ao controle dessas enfermidades, atendendo a demanda dos produtores rurais, identificando as fragilidades do programa de erradicação e trabalhando em conjunto, com o objetivo de consolidar novas linhas de atuação.
“Precisamos ampliar os mercados. Somos grandes produtores de café, carne, laranja e temos potencial de ser do leite também, se fizermos o dever de casa. A CNA é favorável e luta para alcançarmos essa qualidade e temos a certeza que esse plano nacional faz parte de um contexto obrigatório para termos competitividade para exportar”, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim.
Alvim cita ainda que “a produção de leite com alta qualidade significa lucratividade ao produtor e à indústria. Para o consumidor, além do respeito instituído pelo recebimento de um produto de excelência, o atendimento à legislação traz segurança e maior confiança no setor. Assim é fundamental continuarmos trabalhando focados nesse tema”, concluiu.
Assessoria de Comunicação CNA/SENAR