07 jun de 2019
Brasil – Agropecuária – Cresce movimentação de carne bovina nos portos brasileiros
Produto foi o único entre os de contêiner refrigerado a ter crescimento na movimentação no 1º tri, aponta Maesk

Em seu relatório trimestral de movimentação de contêineres, a Maersk – líder global em transporte de contêiners–, aponta que o volume de cargas contendo carne bovina no Brasil foi o único entre os demais produtos refrigerados a apresentar crescimento nos três primeiros meses deste ano ante igual período de 2018.

De acordo com a empresa, foram contabilizados a movimentação de 13.576 contêineres-exportação (equivalentes a quarenta pés – FFEs) de carne bovina brasileira no período, um acréscimo de 9% sobre a quantidade registrada em igual intervalo de 2018 (12.441 contêineres). Os dados representam o total de importações e exportações para a indústria de linhas de navegação no Brasil.

As demais carnes – de frango e suína – tiveram desempenho negativo nos três primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. As remessas contendo carne de frango caíram 13%, para 33.311, contêineres ante 38,293 contêineres verificados no primeiro trimestre do ano passado. A movimentação de carne suína recuou 1% na mesma base de comparação, para 3.920 contêineres, segundo a Maersk.

Quadro pessimista

De maneira geral, considerando todos os produtos de importação e exportação, os executivos da Maersk apresentaram um quadro pessimista para as relações comerciais internacionais do Brasil, reforçado, segundo a companhia, pelos dados de movimentações de mercadorias.

Entre os números apurados pela Maersk, um deles chamou bastante atenção dos responsáveis pelo relatório: o declínio de 10% nas importações de produtos químicos, que, de acordo com a empresa, são principalmente compostos por fertilizantes.

“Os agricultores decidiram abrir mão de pedidos de 100 mil toneladas de fertilizantes no primeiro trimestre, representando quase 4 mil contêineres (equivalentes a quarenta pés – FFEs)”, informa o diretor comercial da Maersk para a Costa Leste da América do Sul, Gustavo Paschoa, lembrando que o adubo também é utilizado na pecuária, para melhoria das pastagens.

No primeiro trimestre deste ano, foram importados pelo Brasil o equivalente a 34.653 contêineres de produtos químicos, ante 38.616 contêineres registrados em igual período de 2018. “Estamos revisando nossas expectativas a respeito de como o setor agrícola irá atuar neste ano. É difícil ver um crescimento expressivo ou resultados de colheitas abundantes nessas condições”, afirmou, no relatório, Matias Concha, gerente de produto da Maersk para a Costa Leste da América do Sul. “Está claro para nós que os produtores agrícolas estão apertando os cintos e vão segurar os gastos este ano, o que não é bom para a indústria”, acrescentou.

Na avaliação do diretor da Maersk no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, Antônio Dominguez, a queda nos fertilizantes significa que haverá “menos exportações e menos empregos e, por sua vez, isso enfraquecerá ainda mais o consumo”. “A questão é quanto tempo durará o mau desempenho do consumo, já que as empresas que deveriam ter começado a contratar agora estão, pelo contrário, reduzindo os gastos, dispensando funcionários com cargos mais altos e caros”, disse ele, no relatório.

Ao Portal DBO, Antônio Dominguez afirmou ser necessário, “independentemente da posição política, a rápida aprovação da Reforça Previdenciária”. O diretor enfatizou, no relatório, que as indefinições sobre essa questão (Reforma Previdenciária) deixa o País em espera. “Empresas adiam seus investimentos por ainda não terem certeza se o novo governo no Brasil conseguirá apoio o suficiente para seu programa de reformas; as esperanças de uma onda de contratações no segundo trimestre e o início de uma recuperação econômica modesta agora estão frustradas”, afirmou.

Fonte: Portal DBO

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