Produtor mato-grossense abandona mercado de commodity e se dedica à produção de animais “sob medida”
Por Maristela Franco
Leia as outras partes em:
+ Fábrica de carne premium – Parte I
+ Fábrica de carne premium – Parte II – Pilares do Projeto
+ Fábrica de carne premium – Parte III – Castração
+ Fábrica de carne premium – Parte IV – Rotacionado diferente
Com dezenas de marcas de carne “pipocando” no mercado e inúmeros restaurantes apresentando cortes diferenciados no cardá- pio, desde um T-Bone (contrafilé com osso) até um brisket (corte do peito), o mercado de carne premium ganha sofisticação. Não é tão simples mapeá-lo, mas pode- -se identificar algumas características. Com certeza , é um mercado:
Promissor – Apesar de pequeno (representa apenas 2% da carne comercializada no Brasil), ele tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, a taxas anuais que variam de 30% a 70%, conforme a empresa e região.
Concentrado – Cerca de 90% da carne premium produzida no Brasil vai para churrascarias e steak houses, que dão preferência às raças britânicas e demandam cortes grill de alto padrão. Esses estabelecimentos são abastecidos principalmente por marcas tope de frigoríficos (Swift Black, da JBS; Steakhouse, da Marfrig; Angus Beef, da Frigol), por linhas exclusivas (caso do Outback ) e por empresas especializadas, como a Intermezzo Gourmet, a Beef &Veal, a VPJ Alimentos e a Prime Cater. Os 10% restantes da produção são vendidos diretamente ao consumidor, em supermercados ou açougues de nova geração.
Pouco desenvolvido – O segmento de carne premium, ao contrário dos vinhos e cafés, por exemplo, ainda não está devidamente estratificado, ou seja, o consumidor ainda não tem percepção clara dos níveis de qualidade e diferenças de sabor, maciez, textura e apresentação dos produtos, o que ainda gera certa insegurança na hora da compra. Há muito trabalho a ser feito nessa área.
Receptivo – Cresce o número de consumidores dispostos a pagar mais pela carne premium. São exigentes, buscam novos cortes e informações sobre origem, preparo e características do produto. Os percentuais de sobrepreço variam de 20% a 120% (caso dos cortes dry aged).
*Matéria originalmente publicada na edição 450 da Revista DBO.