19 abr de 2021
Brasil – Agropecuária – Santa Catarina alcança o maior valor de produção agropecuária da história

Com a participação do secretario da Agricultura Altair Silva, da presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, e dos presidentes das principais entidades do agronegócio catarinense, foi lançado virtualmente nessa semana que passou a publicação anual da Epagri/CEPA, dos Indicadores de Desempenho da Agropecuária e do Agronegócio de Santa Catarina 2019/2020.

Segundo a publicação, a produção catarinense de arroz é a segunda maior do país, chegando à safra 2019/20 a 1.254.139 toneladas, o que representa 11% do total nacional. A produtividade média foi de 8,4 toneladas por hectare, o que representa um incremento de aproximadamente 9% em relação ao período agrícola anterior. O arroz irrigado é produzido em 93 municípios catarinense. A alta do dólar fez da exportação uma boa alternativa para os rizicultores catarinenses em 2020. De janeiro a outubro do ano passado Santa Catarina exportou 47,9 mil toneladas, contra 6,1 mil toneladas exportadas em 2019. O mês de maior movimentação foi agosto. Este cereal é o alimento-base de mais de 3 bilhões de pessoas no mundo.

A cultura do feijão foi menos produtiva na safra catarinense 2019/20, com 101.295 t. Problemas climáticos, como estiagem próxima da época de colheita da primeira safra e durante toda segunda safra, reduziram o potencial produtivo das lavouras, acarretando num volume cerca de 2% menor do que na safra anterior.

Para a safra 2020/21, que está a campo, a expectativa é de aumento da produção em Santa Catarina, com estimativa de alcançar 105.117t. O bom momento por que passa o agronegócio brasileiro, com preços bastante favoráveis ao setor produtivo, motivou os agricultores a investir na atividade. O resultado foi a ampliação das áreas plantadas.

Quanto ao milho, na safra 2019/20 Santa Catarina produziu 2.866.905t. Para a safra 2020/21 a estimativa de produção, que era de 2,3 milhões de toneladas em dezembro, deve se reduzir em função da estiagem e da incidência da cigarrinha-do-milho no início de 2021. Nesse cenário, a relação entre oferta e demanda, que já não é favorável, se agrava. A menor produção do grão se soma ao crescimento da demanda provocada pela expectativa de aumento nas exportações de carnes.  A Epagri/Cepa estima que Santa Catarina precisará adquirir mais de 5 milhões de toneladas de milho em 2021.Em 2020, a demanda total de milho grão em SC chegou a 7,37 milhões de toneladas, um incremento de 2% em relação ao ano anterior.

A falta de produção para atender toda a demanda tem como reflexo o aumento do custo do produto, principalmente em função do transporte. Mercado futuro, câmbio, relações comerciais entre países e fundos de investimentos estão entre os outros fatores que vêm influenciando a formação dos preços do grão, que se mantiveram altos em 2020. As cotações de 2021, tanto internas como no mercado internacional, demonstram a manutenção de preços fortalecidos.

A Epagri/Cepa estima que as lavouras catarinenses produziram 2,24 milhões de toneladas de soja em 2020. Para a safra 2020/2021 a expectativa é de produzir 2.308.070t. O crescimento é impulsionado pelo aumento da área plantada.

Entre as safras de 2012/13 e 2019/20, foram incorporados cerca de 167 mil hectares para a produção da oleaginosa e a elevação da produção chegou próximo de um milhão de toneladas no período, avançando sobre áreas de milho, feijão e pastagens. Na safra 2020/21 o cultivo da soja deve ocupar uma área próxima a 700 mil hectares no Estado.

O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se consolidou como o maior exportador de soja nos últimos anos. Na safra 2018/19 embarcou 74,9 milhões de toneladas, enquanto as exportações americanas registraram 47,5 milhões. A China, maior comprador mundial, intensificou as compras do produto brasileiro já no início de 2020. As exportações brasileiras de soja tiveram uma evolução superior a 250% de 2012 a 2020.

O trigo é o terceiro grão mais produzido do mundo, atrás do milho e do arroz. Na safra 2019/20 Santa Catarina produziu 154.774t e para este período agrícola espera-se 188.490t. No ciclo agrícola 2019/20, foi cultivada no Estado uma área de aproximadamente 50,8 mil hectares, o que representa uma redução de 5,8% em relação à safra anterior. Mesmo com redução da área, a produção estadual cresceu 13,8%, resultado do incremento de 20,8% na produtividade média das lavouras. Para a safra 2020/21, é esperado um plantio de 64,5 mil hectares, o que representaria um crescimento de 26,9% em relação à 2019/20.

Uma característica importante dos produtores catarinenses é que o trigo é plantado em sucessão às culturas de verão, como milho e soja. Assim, propicia a rotação de culturas e formação de palhada para plantio das culturas de verão, condição de uso das áreas produtivas que permite um maior aproveitamento econômico dos fatores de produção, como o solo, agrícola da propriedade, da mão de obra e do maquinário. Praticamente todo o trigo produzido em Santa Catarina é transformado em farinha. Boa parte é consumida dentro do próprio Estado, direcionada para o setor de confeitaria e panificação ou para o uso doméstico. Em 2020, o trigo bateu recordes no preço pago aos produtores.

Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal, a produção catarinense de leite em 2019 foi 8,1% superior à levantada pelo Censo Agropecuário 2017.

No que diz respeito aos preços recebidos pelos produtores, o ano de 2020 teve dois semestres bem distintos. No primeiro semestre, os preços estiveram em patamares bem inferiores aos do segundo semestre, o que fez com que o preço médio anual alcançasse o maior patamar da série histórica da Epagri/Cepa. A elevação dos valores é resultado da combinação da produção com desempenho apenas discreto e abaixo do esperado e, principalmente, pelo crescimento da demanda de lácteos por milhões de pessoas beneficiadas pelo auxílio emergencial, em face da pandemia da Covid-19.

“O agronegócio é um dos motores mais importantes da nossa economia. Os números refletem essa grandiosidade e mostram que o setor se mantém forte e ativo, no mercado interno e também internacional, graças ao empreendedorismo, à força dos trabalhadores do campo e à qualidade dos nossos produtos”, afirma a governadora Daniela Reinehr.

A presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, lembra que os resultados positivos se deram apesar das adversidades que o agronegócio catarinense enfrentou na safra 2019/20. O clima não ajudou, e estiagem, granizo e até tornados afetaram cultivos pelo Estado. A pandemia foi outro empecilho que agricultores e profissionais da Epagri precisaram contornar para seguir garantindo segurança alimentar para a população brasileira.

O Secretário do Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, destacou que Santa Catarina tem um conjunto de líderes com vocação natural para o agro, fazendo do Estado um sucesso no setor, demonstrado nos números das publicações da Epagri/Cepa. “Temos trabalhado fortemente com municípios e Epagri para impulsionar os fatores de produção do Estado, como estradas rurais de qualidade, melhorias no fornecimento de energia elétrica e de água e acesso à internet”.

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A publicação divulgada pela Epagri está disponível no site da instituição e parte da 41ª edição da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, publicação anual da Epagri/Cepa.

Fonte: Assessoria de imprensa Epagri (adaptação)

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