28 ago de 2018
Brasil – Agropecuária – Valorização do dólar impulsiona valores da soja e do milho

No mercado da oleaginosa, a demanda enfraquecida limitou o aumento dos preços internos

Os preços da soja subiram no mercado brasileiro nos últimos dias. Pesquisadores do Cepea afirmam que, apesar da forte valorização do dólar frente ao Real, a demanda enfraquecida limitou os avanços internos.

Segundo traders consultados pelo Cepea, praticamente não houve procura externa pela oleaginosa brasileira nos últimos dias. Isso se deve também à expressiva queda nos contratos futuros na CME Group (Bolsa de Chicago), devido às boas condições das lavouras norte-americanas, cenário que alimenta as expectativas de safra recorde na temporada 2018/2019.

 

O Indicador Esalq/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) subiu leve 0,44% entre 17 e 24 de agosto, a R$ 91,19/saca de 60 kg nessa sexta-feira. O Indicador Cepea/Esalq Paraná teve aumento de 1,32% no mesmo comparativo, a R$ 85,06/sc de 60 kg.

A possibilidade de safra recorde nos EUA deve influenciar na movimentação da Bolsa de Chicago nesta segunda-feira. É esperado que os contratos futuros comecem o dia em queda por causa disso. Dados divulgados pela expedição Pro Farmer Midwest Crop Tour, que percorreu lavouras do Meio-Oeste do país, na última semana, apontam que os produtores devem colher 4,683 bilhões de bushels (127,46 milhões de toneladas) de soja em 2018/2019, com rendimento de 53 bushels por acre (3,56 toneladas por hectare).

No começo deste mês, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estimou a produção em 4,586 bilhões de bushels (124,8 milhões de toneladas), com produtividade de 51,6 bushels por acre (3,47 toneladas por hectare).

Milho

A moeda norte-americana acima dos R$ 4,10 tem dado novo impulso às cotações do milho no mercado brasileiro, de acordo com dados do Cepea. A valorização do dólar frente ao Real eleva o interesse pelas exportações e resulta em alta nos valores do cereal nos portos. Além disso, segundo pesquisadores do Cepea, vendedores seguem retraídos, devido à menor oferta desta segunda safra e ao alto valor do frete, principalmente do Centro-Oeste.

Na região de Campinas (SP), o Indicador Esalq/BM&FBovespa fechou a R$ 41,66/sc de 60 kg nessa sexta-feira, 24, aumento de 0,9% frente à sexta anterior, 17.

 

A boa safra norte-americana de milho deve pressionar os valores em Chicago nesta segunda. A ProFarmer também estimou uma produção volumosa de milho, com uma colheita de 14,501 bilhões de bushels (368,33 milhões de toneladas), com produtividade média de 177,3 bushels por acre (11,13 toneladas por hectare). A estimativa mais recente do USDA é de uma safra de 14,586 bilhões de bushels (370,48 milhões de toneladas), com rendimento de 178,4 bushels por acre (11,2 toneladas por hectare).

 

Para o milho, outro fator que contribui para a tendência baixista, além das perspectivas de melhora na safra norte-americana, é a preocupação dos traders quanto à absorção da commodity no mercado interno. De acordo com análise da Capital Economics, o protecionismo deve dificultar a absorção da oferta total do grão, já que China e União Europeia estão aplicando taxa de 25% sobre as importações de milho dos Estados Unidos. Em nota, a consultoria também observou que a demanda de etanol dos Estados Unidos pode cair, fazendo com que a indústria não tenha capacidade para absorver os excedentes do grão no mercado. Com isso, os preços do milho em Chicago devem cair.

Fonte: Cepea e ESTADÃO CONTEÚDO.

 

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