19 dez de 2023
Brasil – Cacauicultura – Combate à ameaça da monilíase ao cacau brasileiro

Com articulação da Bahia, estados produtores asseguram ação para conter a monilíase do cacaueiro

Agrolink –Seane Lennon

Na última quinta-feira, 14 de dezembro, uma delegação da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia, liderada pelo secretário Wallison Tum, reuniu-se em Brasília com os Ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. O encontro teve como objetivo discutir estratégias de monitoramento e prevenção contra a Monilíase, uma doença que representa uma séria ameaça à cadeia produtiva do cacau. Ao final das discussões, ficou estabelecido o comprometimento do Governo Federal em empreender ações eficazes no controle dessa praga.

Conforme informações da Secretaria da Agricultura da Bahia, o estado, junto com Pará, Espírito Santo e Rondônia, responde por 97% da produção nacional de amêndoas de cacau, gerando uma receita anual de cerca de 23 bilhões de reais. A Monilíase do Cacaueiro, causada pela praga quarentenária Moniliophthora roreri, pode resultar na podridão dos frutos, ocasionando danos que variam de 70% a 100% da produção em áreas afetadas pela doença.

Embora a Monilíase tenha impactado negativamente os países produtores de cacau na América do Sul, ainda não há registros significativos da doença em grandes áreas produtoras do Brasil. Durante a reunião, o secretário Tum apresentou aos ministros uma carta contendo medidas cruciais, identificadas por técnicos de diferentes órgãos e estados, para conter a disseminação da praga e preservar as lavouras brasileiras.

O documento, elaborado em outubro deste ano durante um encontro em Salvador, reuniu representantes dos estados da Bahia, Pará, Rondônia e Espírito Santo para discutir estratégias de combate à Monilíase. Em resposta às preocupações apresentadas, o ministro Fávaro comprometeu-se a encaminhar a execução das medidas propostas, visando isolar a praga no estado do Amazonas, onde os focos estão concentrados no Brasil.

Caso a Monilíase seja detectada nas regiões cacaueiras do país, estima-se que os prejuízos anuais decorrentes da praga alcancem 3 bilhões de reais, apenas devido à perda de receita direta das vendas de amêndoas. Além disso, poderia resultar em aumento do desemprego no campo e nas cidades, desmatamento e impactos ambientais significativos nos biomas Amazônia e Mata Atlântica. A preocupação estende-se à possibilidade de desencadear desordem social em áreas fortemente dependentes economicamente da cacauicultura, como a região tradicional no Sul da Bahia e a Transamazônica, no Oeste do Pará.

Fonte: Sistema FAEB

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