O Brasil colheu 12,5% menos café neste ano ante 2016 em razão do ciclo bianual negativo do arábica, principal variedade cultivada no país, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No total, a safra de 2017 foi estimada em 44,97 milhões de sacas de 60 kg, ligeira alta ante as 44,77 milhões de sacas previstas em setembro.
Na safra passada, o Brasil havia colhido um recorde de 51,37 milhões de sacas, com o ano de alta da produtividade do arábica, que compensou perdas na produção da variedade robusta.
A queda na comparação anual pressiona os estoques já enxutos da commodity, limitando as exportações do Brasil, maior player global do setor cafeeiro, no início de 2018.
Em seu último levantamento para o atual ciclo, a Conab afirmou que o recuo ante 2016 “se explica principalmente pela chamada bienalidade negativa do café arábica, cultivar que responde por 76,2 por cento da produção total”.
Neste ano de baixa na produção, a colheita de arábica foi estimada pela Conab em 34,25 milhões de sacas, queda de 21,1 por cento na comparação anual.
Já a produção de café conilon (robusta) deve chegar a 10,72 milhões de sacas, aumento de 34,2 por cento ante 2016, em meio à recuperação das lavouras em importantes Estados produtores, principalmente Espírito Santo, que nos últimos anos sofreu com o tempo seco.
Ainda assim, a produção de robusta do Brasil ficou abaixo da registrada em 2015.
De acordo com a companhia, em Minas Gerais, principal estado produtor, a produção caiu 20,4 por cento em relação à safra de 2016, com 24,10 milhões de sacas de arábica e 343,7 mil de robusta, totalizando 24,45 milhões de sacas.
No Espírito Santo, segundo maior produtor nacional, a queda na safra é de 1,1 por cento, “em razão da falta de mudas para plantio e dos efeitos da bienalidade negativa no café arábica”. O Estado produziu 5,92 milhões de sacas de conilon e 2,95 milhões de arábica, totalizando 8,87 milhões de sacas.
Fonte: Blog Syngenta