Saber o momento exato de tomar a decisão sobre o controle de pragas e definir qual a melhor estratégia a utilizar ainda gera dúvidas para muitos consultores técnicos e produtores. Para evitar o risco de ter prejuízo na lavoura, muitos acabam utilizando de maneira excessiva o controle químico. Isso traz aumento de custo de produção, causa danos ao meio ambiente e ainda contribui para a seleção de indivíduos resistentes às moléculas.
Para dar maior segurança na tomada de decisão no manejo integrado de pragas, a Caravana Embrapa promoveu na última semana dois eventos em Mato Grosso. Um deles, em Sinop, reuniu profissionais que atuam na região Médio-norte do estado. No outro, em Rondonópolis, participaram agrônomos e técnicos da região Sul. Ao todo, cerca de 70 pessoas participaram das capacitações que integraram atividades teóricas e práticas.
Em Sinop, na Embrapa Agrossilvipastoril, e em Rondonópolis, na fazenda experimental da Fundação MT, os participantes acompanharam atividades de campo onde puderam procurar e identificar insetos praga e os inimigos naturais presentes em culturas como soja, milho e algodão. Para isso, utilizaram diferentes ferramentas do manejo integrado, como pano de batida, armadilhas luminosas, armadilhas de chão, isca de ferormônio, além da observação da lavoura.
A identificação e distinção dos insetos praga e dos inimigos naturais também foi trabalhada de maneira prática. Paralelamente, foi demonstrada a importância de utilizar inseticidas seletivos, preservando a biodiversidade e o controle natural das populações de pragas.
Nas palestras, pesquisadores de diferentes Unidades da Embrapa e da Fundação MT falaram sobre os danos causados pelas pragas e sobre os níveis de controle indicados para cada um deles.
De acordo com o pesquisador e coordenador da Caravana, Sérgio Abud, a programação desta edição do evento buscou levar informações que deem maior segurança aos responsáveis pela tomada de decisão no manejo de pragas.
“Buscamos fortalecer a argumentação dos produtores e dos tomadores de decisão das propriedades em relação ao momento em que vão utilizar cada uma das táticas de controle de pragas (biológico, químico ou varietal) afim de também preservar os inimigos naturais presentes na natureza. Além disso, o focamos no uso mais intensivo, principalmente, do baculovírus, que é altamente eficiente para o controle da Helicoverpa armigera, e distribuição inundativa do tricograma para minimizar o uso dos químicos de forma abusiva”, explica.
Ao fim dos eventos, todos os participantes ganharam um kit contendo publicações da Embrapa que auxiliam na identificação das principais pragas da soja, do milho e do algodão e também instruem sobre o nível de dano necessário para que se faça o controle. O kit também continha uma ficha modelo para uso no monitoramento das lavouras e um pano de batida usado no manejo da soja.
O técnico agrícola Antônio Luiz de Andrade foi um dos participantes da Caravana em Rondonópolis. De acordo com ele, o manejo na fazenda onde atua era feito sem respeitar os níveis de dano. Para percevejo, por exemplo, a tomada de decisão pelo controle químico era feito apenas com base na presença ou ausência do inseto na lavoura de soja.
“Agora vamos fazer o manejo mais integrado, buscando tomar decisão em cima do que aprendemos. Fazemos o monitoramento. O problema é que usamos muito agroquímicos de maneira preventiva. Isso mata os inimigos naturais e lá na frente temos uma explosão da população de lagartas. Temos de preservar os inimigos naturais para ter controle mais eficaz das pragas e dar maior longevidade dos produtos químicos. Para isso temos de fazer o monitoramento uma vez por semana”, disse ao fim do evento.
Após passar por Mato Grosso, a Caravana Embrapa terá uma pausa. A previsão é que a programação seja retomada no segundo semestre com evento em Minas Gerais, São Paulo, entre outros estados produtores de grãos.
Mais informações no site www.embrapa.br/caravana.
Gabriel Faria (mtb 15.624/MG JP)
Embrapa Agrossilvipastoril
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