Brasil – CNA propõe R$ 594 bilhões no Plano Safra e defende modernização do seguro agrícola
Entidade entrega documento com 10 medidas prioritárias para ampliar acesso ao crédito, reduzir burocracias e fortalecer pequenos e médios produtores
– Da Redação, com Canal Rural
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou nesta quinta-feira (24) suas propostas para o Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026, o Plano Safra. O documento foi entregue ao Ministério da Agricultura pelo diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, ao secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos. A iniciativa busca influenciar a formulação do novo plano com medidas que respondam aos principais desafios enfrentados pelo setor agropecuário.
O conteúdo foi construído com base em reuniões regionais realizadas com federações estaduais, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais de todas as regiões do país. A CNA defende que o novo Plano Safra enfrente um contexto de incertezas econômicas, com juros altos, volatilidade cambial, aumento no custo de insumos e riscos de uma elevação da taxa Selic para até 15% ao ano, o que pode prejudicar a oferta e a viabilidade do crédito rural.
Entre os destaques do documento está a proposta de um volume total de R$ 594 bilhões para o Plano Safra 2025/26, sendo R$ 390 bilhões para custeio e comercialização, R$ 101 bilhões para investimentos e R$ 103 bilhões destinados à agricultura familiar. A CNA pede prioridade para pequenos e médios produtores, com recursos voltados para linhas como Pronaf, Pronamp, PCA, Proirriga, Inovagro e Renovagro.
A entidade também propõe a modernização do seguro agrícola, com a aprovação do Projeto de Lei 2951/2024, de autoria da senadora Tereza Cristina, que trata da atualização do seguro rural e da criação do Fundo Catástrofe. Outra sugestão é a garantia de R$ 4 bilhões ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), com execução integral e possibilidade de suplementação orçamentária.
O documento sugere ainda a revisão das condições operacionais do crédito rural, a ampliação de fontes de financiamento por meio do mercado de capitais, a modernização do Proagro, além da atualização dos limites de renda para enquadramento nos programas Pronaf e Pronamp. A CNA também defende incentivos a práticas socioambientais, harmonização das regras ambientais para eliminar entraves e o combate à venda casada e aos custos acessórios do crédito, com a revisão de normas do mercado registrador.