Preços em ascensão e desafios para a indústria de suco de laranja diante das condições climáticas e do mercado internacional

No primeiro mês de 2024, a produção de laranjas no Brasil enfrenta desafios que refletem diretamente nos preços e na indústria do suco, conforme apontado pela Consultoria Agro do Itaú BBA. Com a escassez de laranjas no país, os preços para os citricultores subiram, atingindo mais de R$ 62 por caixa em meados do mês.

Entretanto, o mercado de suco de laranja em Nova Iorque (NY) apresentou queda no início do ano, comprometendo a diferença entre os preços de embarque e o custo da matéria-prima para a indústria brasileira. A Consultoria Comexim destaca que essa diferença se tornou negativa, sinalizando desafios econômicos.

A média mensal do preço do suco em NY ficou em USD 3,18 por litro, refletindo uma queda de 10,9% em relação a dezembro. Enquanto isso, o preço da caixa de laranjas no Brasil registrou aumento de 9,7% em reais e 9,4% em dólares, reduzindo a diferença entre o suco em NY e o custo da matéria-prima no Brasil para USD 5 por caixa.

Apesar dos esforços, o preço do suco brasileiro ainda precisa evoluir para acompanhar o aumento nos preços das frutas no Brasil. O spread entre o preço de exportação e o custo da fruta resultou em um valor negativo de USD 1,2 por caixa, indicando a necessidade de ajustes nos preços de embarque.

A perspectiva para a produção americana, apesar de uma possível recuperação, sugere que os estoques globais de suco de laranja permanecerão historicamente baixos. O USDA projeta uma ligeira redução na produção brasileira de suco para 2023/24, o equivalente ao ano 2024/25 no Brasil, o que deve manter os preços elevados.

A Fundecitrus estima uma redução de 1% no total de laranjas produzidas no Brasil, com uma queda de 1,6% na produção brasileira de suco. Mesmo com o aumento global da produção e uma leve queda no consumo, a expectativa é de um estoque final ligeiramente maior.

Apesar da boa rentabilidade da cultura de laranja, a falta de investimentos significativos em novos pomares no estado de São Paulo, devido ao greening, cria um cenário desafiador para o setor. A última estimativa da Fundecitrus para a safra 2023/24, em dezembro, apresentou uma redução de 2,2% em relação ao ano anterior, e as expectativas para as próximas atualizações permanecem cautelosas até abril. Em maio, espera-se o primeiro levantamento para a safra 2024/25.

Fonte: Portal do Agronegócio

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