Ciência agrega valor a espécies silvestres de maracujá
O estudo foi um desdobramento de pesquisas realizadas com o objetivo de valorizar espécies silvestres de maracujá. De acordo com a pesquisadora Ana Maria Costa, da Embrapa Cerrados (DF), embora existam no Brasil mais de 150 espécies de maracujá, a metade delas com frutos comestíveis, o maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims) reina praticamente sozinho no mercado comercial.
Os estudos para valorização de maracujás nativos da biodiversidade brasileira tiveram participação de pesquisadores de todo o País, dentro da rede Passitec, coordenada pela pesquisadora.
“Observamos no banco de germoplasma da Embrapa Cerrados materiais interessantes para sair do eixo de melhoramento das espécies convencionais e fazer com que cheguem ao mercado as espécies da biodiversidade brasileira”, detalha Costa.
Entre os inúmeros resultados das pesquisas, destaca-se o lançamento da cultivar BRS Vita Fruit (BRS VF), obtida por meio do melhoramento genético convencional a partir de populações de Passiflora tenuifila Killip de diferentes origens, principalmente da região do Cerrado do Planalto Central.
O trabalho incluiu também o desenvolvimento de soluções relacionadas ao sistema de produção e ao aproveitamento dos frutos. “Um dos grandes problemas era a dificuldade de germinação das sementes desse maracujá silvestre”, como explica a pesquisadora Rita Pereira, da Embrapa Agroindústria Tropical, que atuou com o sistema de produção do fruto no Ceará. Ela explica que conseguiu solucionar o problema alterando o método tradicional de produção das mudas. “As sementes não foram lavadas e esse detalhe contribuiu para a germinação”, diz.
Fotos: Fabiano Bastos (maracujás silvestres) e Ana Maria Costa (maracujazeiro)
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