06 maio de 2025
Brasil – Maracujá – Embrapa e Ufersa disponibilizam cultivar de porta-enxerto de maracujá resistente à fusariose

Foto: Eudes Cardoso

A Embrapa e a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) apresentaram na última quarta-feira (30), em Mossoró (RN), cultivar de porta-enxerto de maracujazeiro resistente à fusariose e tolerante a estresses hídrico e salino: a UFERSA BRSRM 153, validada no Rio Grande do Norte e na Bahia em condições do Semiárido e Cerrado. O evento foi realizado no auditório da Reitoria da Ufersa. Ao final do evento, foi realizada uma visita técnica na área de maracujá enxertado localizada na Fazenda Raio de Sol (Baraúna/RN).

O pesquisador Fábio Faleiro, chefe de TT da Embrapa Cerrados, participou do evento e destacou a relevância da parceira e do estudo para a fruticultura brasileira. “Muitos produtores desistem do maracujá por causa da fusariose. Por isso, o desenvolvimento dessa cultivar de maracujá silvestre, para uso como porta-enxerto, representa um marco importante para a cultura no País”, afirmou. Segundo ele, a tecnologia já está sendo validada e adotada em vários estados da região nordeste e centro-oeste.

Segundo o professor Eudes Cardoso, da Ufersa, responsável pela pesquisa na instituição de ensino, o novo porta-enxerto representa uma solução sustentável. “Hoje é um dia ímpar na minha vida profissional. Poder, após vários anos de pesquisa, entregar ao produtor de maracujá do Brasil uma planta resistente, tolerante, que ele pode plantar em áreas afetadas pela fusariose, é extremamente gratificante”, afirmou.

Características da cultivar

A cultivar foi obtida por meio do melhoramento genético convencional a partir de acessos e populações da espécie de maracujá silvestre Passiflora foetida L, conhecido popularmente como maracujá de estalo. Um ponto relevante para o processo de obtenção e lançamento da cultivar de porta-enxerto foi a busca de uma solução tecnológica para amenizar o sofrimento de produtores de maracujá com a fusariose em seus pomares na região da Caatinga e do Cerrado.

De acordo com o pesquisador Fábio Faleiro, as principais características desta cultivar trabalhadas no melhoramento genético foram a alta produtividade e germinação de sementes, a resistência à fusariose, a compatibilidade do porta-enxerto com cultivares copa de maracujazeiro azedo e o desempenho agronômico das mudas enxertadas em relação às mudas obtidas por sementes.

A validação da resistência à fusariose foi realizada em condições de laboratório, campos experimentais e plantações comerciais na região Nordeste e a validação está sendo realizada em outras regiões do Brasil com histórico de ocorrência da fusariose para a extensão da recomendação. Com base nos resultados positivos do desempenho agronômico, a cultivar foi registrada (RNC Nº 54598 de 18/07/2023) no Ministério da Agricultura e Pecuária.

Acesse aqui mais informações sobre a cultivar.

Origem do nome 

A denominação da cultivar de porta-enxerto UFERSA BRSRM 153 presta uma homenagem aos fatos históricos que ocorreram em Mossoró, RN. O termo RM 153 (Resistente de Mossoró) faz uma alusão aos 153 homens que resistiram à invasão do bando do cangaceiro Lampião a Mossoró, no dia 13 de junho de 1927. Neste dia, em uma batalha conhecida como “Batismo de Fogo de Mossoró”, os cangaceiros encontraram uma trincheira montada em frente à Igreja de São Vicente, localizada no Centro de Mossoró. Dessa forma, Mossoró foi a primeira cidade a resistir ao rei do cangaço.

Esse ato heroico marca o começo de uma história que iria se espalhar por todo o Nordeste e marcar o início da queda do rei do cangaço. “Fazendo um paralelo com a fusariose do maracujá, a cultivar UFERSA BRSRM 153 marca o início de uma luta contra uma doença que é um verdadeiro pesadelo para os produtores de maracujá no Nordeste e em outras regiões do Brasil”, afirmou Faleiro.

Como ter acesso ao material

Os interessados em mudas enxertadas podem entrar em contato com o Viveiro CitroSol (84 99998 3120) que é parceiro da pesquisa no ajuste do sistema de produção de sementes da cultivar UFERSA BRSRM 153 e de produção de mudas enxertadas. Esse viveiro também é parceiro no processo de ampliação da validação da cultivar em outras regiões do Brasil com produção de maracujá e histórico de ocorrência da fusariose. O trabalho no momento está sendo conduzido no sentido de ampliar essas regiões de validação da cultivar e acertar a logística de produção de sementes e mudas.

A cultivar UFERSA BRSRM 153 da espécie P. foetida desenvolvida em parceria com a UFERSA se junta às cultivares BRS Terra Nova (P. nitda) e BRS Terra Boa (P. alata) desenvolvidas em parceria com a Coopernova e a BRSRJ MD (P. phoenicea) em parceria com a Pesagro-Rio e Instituto Federal Fluminense.

Mais informações sobre as cultivares de porta-enxerto no vídeo abaixo: https://youtu.be/GZw6PzR67mg?si=yLQQho8vJqr747CF

Fonte: Embrapa Cerrado

Oferecimento:

77 9 9926-6484 / 77 9 9979-1856