02 fev de 2022
Brasil – Milho – Produtores gaúchos terão que importar milho novamente

Foto: CNA/Wenderson Araujo/Trilux.

Com 70% da produção gaúcha de milho perdida pela seca, os produtores de proteína animal terão que importar o principal cereal na composição da ração de aves e porcos de outros estados brasileiros. A situação não é novidade: no ano passado, os criadores do Rio Grande do Sul já precisaram adquirir milho no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e até em outros países como Argentina, Paraguai e Estados Unidos.

“Estamos no momento da colheita de safra de milho e os custos estão subindo. A gente nunca vê isso. Nessa época, quando colhe, geralmente baixa os custos”, relata o superintendente industrial de fomento agropecuário da Languiru, Fabiano Leonhardt.

Segundo José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav, “o impacto da estiagem é que não vai ter disponibilidade no RS”. “Vamos precisar nos abastecer de outro estados, da Argentina e do Paraguai. São ajustes necessários que devem elevar os custos de produção”, afirma ele.

Mesmo com custos mais altos, a importação, portanto, será necessária. Afirma Glademir Luiz Mecca, da Santa Clara: “Vamos ter menos de 3 milhões de toneladas de milho. O Estado consome de 6,5 milhões a 7 milhões de toneladas. Aí tem que buscar fora, com custo de logística, tributário, ICMS.”

Segundo o presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, “o calor afeta a conversão alimentar das aves”. “além da diminuição do peso, ainda, com esse calor excessivo, já tem mortalidade. Não podemos estimar o quanto, mas tem. O calor afeta o rendimento e estressa a ave”, relata ele.

Para o gerente de suinocultura da cooperativa Santa Clara, Glademir Luiz Mecca, a temperatura ideal para as granjas de porcos seria de, em torno, 25ºC – muito diferente das temperaturas que chegaram a 40ºC em algumas cidades gaúchas nas últimas duas semanas.

“Nesse calorão, os animais não estão consumindo e o ganho de peso diário cai. O peso de abate já está sendo influenciado e, consequentemente, vai cair oferta de carnes. Pelo 10kg no peso de abate com certeza vai cair. Os porcos de 130kg estão chegando a 120kg. Podemos estimar em torno de 10% mais magros”, afirma Mecca. A suinocultura também deve ter registro de mortandade em função do clima quente.

Fonte: Por redação Avicultura Industrial, com informações do Jornal do Comércio

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