15 out de 2015
Brasil – No Dia do Professor, greve geral cobra dignidade para a categoria

Categoria faz assembleia em Taguatinga para definir o movimento, justificado pela suspensão do pagamento dos reajustes

Depois de servidores da saúde, agentes penitenciários e funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem, chegou a vez de os professores entrarem em greve. Os profissionais da educação reúnem-se às 10h de hoje, na Praça do Relógio, em Taguatinga, para decidir o início da paralisação. Assim como os demais funcionários públicos, eles reivindicam o pagamento de reajustes salariais e prometem cruzar os braços enquanto não receberem o aumento.

Ana Rayssa/Esp.CB/D.A Press

Segundo o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), a medida foi a última alternativa para a classe. “Tentamos evitar a greve para não causar prejuízos à comunidade. Mas o fato de não recebermos o reajuste prometido para setembro foi a gota d’água”, afirma Cláudio Antunes, diretor da entidade. Ele reclama que a sexta parcela do aumento firmado em 2013, equivalente a 3,7% do salário, não foi paga. Naquele ano, os professores conseguiram aumentos de até 33%, a serem incorporados paulatinamente até este ano.

Desde o acordo, os percentuais costumavam ser implementados em março e setembro. Porém, no mês passado, o repasse não foi feito. Para Antunes, a quebra no planejamento deverá contribuir para uma adesão maciça dos professores ao movimento de greve, anunciado na semana passada. Caso a medida seja aderida por todos, cerca de 30 mil professores deixarão de lecionar, atingindo aproximadamente 470 mil alunos, segundo cálculos do Sinpro. No fim de fevereiro, os professores também pararam. Na ocasião, o protesto era contra o atraso nos pagamentos de benefícios, como 13º salário e abono de férias. Após quatro dias de negociações, desistiram do movimento, mesmo sem haver unanimidade entre os manifestantes.

Para a Associação dos Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF), os motivos da categoria são legítimos, mas os danos podem ser maiores. “Nós concordamos com as reivindicações dos professores e queremos que eles sejam valorizados. Mas não podemos apoiar a greve. Seria como um doente apoiar a greve de médicos. A perda de aulas nesta fase final do ano letivo prejudica muito os alunos, especialmente do ensino médio, que estão prestes a fazer provas de vestibular. Portanto, pedimos, encarecidamente, à categoria que mantenha o diálogo com o governo e seja compreensiva”, pede Luis Cláudio Megiorin, presidente da Aspa-DF.

O GDF informou que só vai comentar a greve quando ela for concretizada. Quanto ao não pagamento do reajuste, a explicação seguiu o protocolo: não há possibilidade financeira e orçamentária para os aumentos. Segundo a Secretaria de Governo, em setembro, foram gastos R$ 640,5 milhões com a folha de servidores da educação, incluindo professores, auxiliares e pessoal administrativo. Caso os reajustes de todas as categorias fossem implementados, o governo teria de arcar com um incremento de R$ 150 milhões nos gastos, segundo cálculos da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão. Na segunda-feira, os professores voltam a se reunir em assembleias locais, para um diagnóstico da paralisação. Na terça-feira, fazem um ato em frente ao Palácio do Buriti para exigirem uma proposta do governo.

Reuniões
Há profissionais que ainda não entraram em greve, mas estão com assembleias marcadas. É o caso dos funcionários do DFTrans, que se reúnem hoje às 13h na sede do órgão. Na pauta, estão os pagamentos de reajustes. Segundo o Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta, Fundacional, das Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista do DF (Sindser), há a possibilidade de votação de um indicativo de greve. Os funcionários do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) também têm encontro marcado para 20 de outubro.


Protesto contra demissões
Funcionários da comissão dos terceirizados da Universidade de Brasília (UnB) participaram de um ato, ontem, em frente ao ICC Sul, contra a demissão de 240 colegas da copa, recepção e portarias, que ocorreu em 31 de agosto. Para Francisco Targino, representante da comissão, a decisão de mandar os empregados embora foi injusta, uma vez que “90% são mulheres e estavam na UnB há mais de 25 anos. Perderam o emprego e a aposentadoria”. Segundo Targino, a instituição explicou que seria necessário fazer uma licitação a fim de contratá-los novamente — processo que já dura mais de um ano. A assessoria da UnB informou apenas que a instituição não tinha conhecimento do ato.

 

Fonte Correio Brasiliense

 

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