31 dez de 2015
Brasil – Política – Ano novo sem o Brasil Velho – Esperança ou Ingenuidade !

Crédito: MBL

Ano novo sem o Brasil Velho

Em artigo nominado “Um Brasil em Desmanche” , publicado na última edição de 2015 da revista Veja , o colunista J. R. Guzzo classificou a situação brasileira de forma peremptória.

De acordo com o autor citado, há um Brasil Velho bicentenário, o qual seria formado apenas para proteger , servir e enriquecer uma minoria aliada ou dentro da política e que tem na corrupção, além de método de governo, o seu principal objetivo na vida pública, afiançando ainda que hoje, por escolha espontânea, esse Brasil Velho é representado pelos dois últimos governantes máximos federais mais o partido a que pertencem.

Reforça o colunista não haver existido transferência de renda na última década, como pretende a propaganda partidária, mas simples distribuição irresponsável de dinheiro público, fato que acarretou em uma dívida financeira interna de quase três trilhões de reais –Diz mais não saber o que seria pior: se a corrupção endêmica ou se a incompetência pura , de forma geral.

Para concluir, em certo ponto, assevera o texto que a principal conquista do atual governo foi ter escapado do processo de impeachment esse ano – São reflexões duras que o escritor atira ao vento, muita areia em busca de outro tanto de olhos.

Há quem possa discordar dessa análise, entretanto, não seria tarefa fácil desqualificar todos os pontos suscitados, pois é mais que evidente e já comprovado que a corrupção grassou livre em diversos setores governamentais, se antes de 2003 também havia corrupção nesse patamar ou maior é coisa a esclarecer ou investigar, mas que não diminui em nada a responsabilidade pela situação presente, pois o argumento “outros também fizeram” não é válido no mundo jurídico, aliás, se antes havia, era sabido ou suspeito e pouco foi feito de apuração, seria isso mais um agravante da condição que atenuante do erro.

Quanto à acusação de incompetência administrativa e fiscal, os números orçamentários deficitários falam por si mesmos, bilhões e bilhões de reais no vermelho, apenas para citar o exemplo mais específico, sem necessidade de consultar os acidentes de percurso político, nacional e internacional.

Todavia, o grande engodo, “A mãe de todas as trapaças” (sic) conforme Guzzo, seria a falácia da melhoria de vida do pobre, pois jogando o país numa recessão de 3,5% em 2015 e possivelmente mais em 2016, qualquer eventual e suposto benefício seria brutalmente retirado : “ Que progresso social é esse que anda pra trás ?” , ele pergunta.

Obviamente que, numa lógica pervertida, poder-se-ia dizer que só pode ser tomado algo que foi concedido anteriormente e que este é sim um mérito – claro fica que é um argumento frágil, pois quem dá e tira, nada deu, no máximo emprestou e recebeu com acréscimos escorchantes, no caso, juros efetivados na falta de condições básicas para o crescimento individual ou no desperdício do tempo de vida das pessoas ou na morte da esperança pela promessa não cumprida de um futuro melhor, nem se mensura o quão terrível isso seja.

De toda forma, a intenção do artigo, resumidamente descrito aqui, é dizer que este Brasil da antiga prática perdeu uma batalha em 2015 visto que muitas de suas ações negativas foram trazidas à luz, alertando que um sistema de 200 anos não será facilmente derrotado, apesar do duro revés sofrido, do qual não sairão totalmente incólumes os atuais representantes do mesmo.

Bem, fica nossa esperança de que esse Brasil Velho padeça sempre mais e seja definitivamente enterrado um dia, quaisquer que sejam seus emissários, pois não há maneiras de interromper, constitucional e legalmente, o trabalho purificador iniciado, por mais que se tente nas mais diversas esferas.

Olisomar Pires – Olisoblog.com

 

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