18 abr de 2016
Brasil – PT fracassou na relação com partidos na Câmara

Desde que chegou ao poder em 2003, o PT nunca conseguiu ter uma relação de confiança com os demais partidos no Congresso. Antes mesmo de Luiz Inácio Lula da Silva subir a rampa do Palácio do Planalto, a sigla deu início a uma série de desentendimentos, disputas e rivalidades que se avolumaram e desaguaram no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Dono das maiores bancadas na Câmara e do Senado, o PMDB tornou-se o catalisador de conflitos que se espalharam entre os demais partidos da base aliada. As próprias características da sigla – dividida em alas que se movem a depender das conveniências – também contribuíram para esse processo. Ora, ele favoreceu o Planalto; ora, atendeu aos interesses pessoais dos congressistas.A relação com o PMDB nasceu como um casamento desfeito no altar e que depois tentou ser retomado na marra. Grande parte da culpa é creditada a Lula. Após vencer José Serra (PSDB) na eleição de 2002, ele autorizou o então presidente do PT, José Dirceu, a negociar o ingresso no governo dos peemedebistas que haviam apoiado o tucano no pleito.Em 20 de dezembro daquele ano, Dirceu e o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, selaram um acordo para que a sigla ocupasse duas cadeiras na Esplanada dos Ministérios. Até os nomes do partido foram escolhidos: Eunício Oliveira (CE) e Hélio Costa (MG). Ficariam com Minas e Energia ou Integração Nacional.Os dois dormiram ministros, mas acordaram sem cargo. Pressionado pelo PT durante a madrugada e com receio de nunca ter o apoio integral do PMDB, Lula mandou Dirceu desfazer a negociação. Foi um baque. De uma vez só, ele desautorizou seu futuro chefe da Casa Civil e envergonhou Temer perante seus correligionários. Naquela oportunidade, o PMDB havia acabado de eleger uma bancada de 74 deputados. O apoio do partido permitiria a Lula ter uma coalizão mais estável na Câmara, onde o PT conquistara 91 cadeiras. Somados, petistas e peemedebistas formariam sozinhos uma base com 165 deputados, contra 156 da oposição, de PSDB mais PFL (atual DEM).Lula, contudo, optou por uma estratégia arriscada. Resolveu abrir espaços no governo para a ala adversária a Temer, estimulando o enfraquecimento do seu grupo político. Sem o PMDB, o então presidente viu-se obrigado a ir atrás das siglas de porte médio – PL (atual PR), PP e PTB. A seu mando, Dirceu estimulou parlamentares eleitos pela oposição a ingressar nesses partidos. Dois anos depois, essas siglas estariam envolvidas no caso no mensalão.

 

Política Livre

 

 

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