11 jan de 2016
Brasil – Seca – FALTA DE CHUVA – Sul do MA sofre sua pior seca. Situação é quase igual no oeste da Bahia.
No oeste da Bahia, soja pode perder muito terreno para o milho. (Foto: Divulgação)

O sul do Maranhão, integrante do Matopiba, vai ter a sua pior safra de grãos dos últimos 20 anos, em consequência do atraso do período chuvoso e da irregularidade deste na região, não sendo suficiente para o desenvolvimento das lavouras plantadas.

De acordo com Almar Peruzzo, gerente de fazenda, na maioria das lavouras as máquinas ficaram paradas no campo aguardando a chuva que não veio em tempo certo. Sem a chegada da temporada de chuva, diz ele, não há possibilidade de plantio da soja.

– Sem a chuva não tem como plantar porque tem que ter umidade no solo. Tem que molhar o solo para a semente germinar – pontua.

O índice pluviométrico do ano passado foi de apenas 50 milímetros, a pior média histórica dos últimos 20 anos na região, que é a terceira maior produtora de grãos do Matopiba.

A  incerteza de que as sementes plantadas germinariam era muito grande entre aqueles agricultores que plantaram entre novembro e dezembro, como é o caso de Anderson Sandri. Conforme ele, com a ausência da chuva já se prevê possíveis prejuízos no setor.

– Está complicado porque se a gente não tiver uma chuva parelha com o custo que a gente está tendo da semente hoje, que é muito cara, vai ser muito difícil porque você vai replantar uma semente hoje que o custo dela está oito, nove, dez reais o quilo é absurdo. É muito caro – desabafa o agricultor.

De acordo com informações obtidas pelo portal da TV Mirante, de São Luís, até a última semana de 2015 apenas 70% dos 700 mil hectares previstos para a safra de soja no sul do Maranhão haviam sido plantados, e como não choveu regularmente o resultado não é nada animador.

Eduardo Montechesi, Agrônomo com atuação na região, explica que se as chuvas não começarem a cair na região regularmente, a pouca lavoura que ainda resta estará perdida.

– Não conseguiu se estabelecer direito devido a falta de água. A parte vegetativa não conseguiu se desenvolver e já entrou no reprodutivo e não tem porte e, provavelmente, se não continuar chovendo essa lavoura já estará perdida – relata.

Ainda de acordo com ele, a maioria dos agricultores pode desistir da soja e aguardar a chuva para plantar milho, como forma de amenizar os prejuízos.

– A alternativa que a gente ainda teria se as chuvas normalizassem é um plantio com milho e/ou se voltar a chover bem a gente ainda teria uma chance de algum plantio de soja porque muitas das áreas que plantaram se perderam e essas áreas já vão para o milho, e alguma área que não plantou ainda o produtor ainda vai tentar alguma coisa com soja – finaliza.

Oeste da Bahia

No Cerrado baiano, a maior região produtora de grãos do Matopiba, conforme  o Conselho Técninco da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), o atraso e a irregularidade da chuva interferiram negativamente no plantio da safra 2015/2016 de soja, milho e algodão. O Conselho se baseou no primeiro levantamento de safra, feito pela entidade. Novo levantamento será feito no próximo dia 25 deste mês, segundo informações da Assessoria de Comunicação da Aiba.

Outro fator que agrava ainda mais a situação, ainda conforme o Conselho, é em relação a liberação do crédito agrícola aos produtores pelas entidades financeiras. Isto influenciou na tomada de decisão sobre a área a ser plantada com cada cultura.

Na cultura da soja, informa ainda o Conselho, são esperados 1,55 mi hectares na região, com produtividade média de 56 sacas/ha, 130 mil a mais em relação à safra passada.

Para o algodão, a previsão é que 240 mil hectares sejam plantados até a primeira quinzena de janeiro.

Espera-se que a região alcance uma produtividade média de 270 arrobas por hectare, volume equivalente às últimas safras. O milho deve ter uma área plantada de 130 mil hectares, mas com um aumento de produtividade, chegando a 163 sacas/hectare, enquanto que na safra passada este número foi de 135 sacas/hectare.

Estima-se um aumento nas áreas de milheto, sorgo e feijão gurutuba que ocuparão principalmente áreas novas e as que não foram plantadas pelas três principais culturas (soja, milho e algodão), devido aos problemas de crédito e irregularidade pluviométrica.

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No sul do Maranhão, as lavouras plantadas podem não completar satisfatoriamente, o seu ciclo. (Foto: Sistema Mirante de Comunicação)

Conforme a Aiba, a consolidação das áreas plantadas e da produtividade do oeste da Bahia para a safra 2015/2016 dependerá da regularidade da chuva nos meses de dezembro e janeiro.

O Conselho Técnico da Aiba é formado por representantes de associações de produtores, sindicatos, multinacionais, instituições financeiras e órgãos governamentais que se reúnem de acordo com os calendários de plantio e colheita das safras do Oeste da Bahia, ou em momentos estratégicos para deliberação de assuntos pertinentes ao setor produtivo. As previsões são feitas sempre considerando fatores como, perspectivas de mercado, nível tecnológico, condições climáticas e controle fitossanitário.

(Com informações do portal da TV Mirante da Ascom/Aiba)

Nota da Redação: Estamos levantando informações em relação ao sul do Piauí e Tocantins. Aguarde.

 

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