Brasil – Soja – Percevejos em soja – Manejo da resistência é fundamental para a suscetibilidade das populações
Percevejos em soja
Os percevejos integram o grupo das principais praga agrícolas, acometendo diversas culturas produtoras de grãos. Além dos danos diretos, causados pela redução da produtividade, os percevejos também afetam a qualidade das sementes, reduzindo a qualidade fisiológica delas.
Dentre as principais espécies na cultura da soja, destacam-se os percevejos percevejo-marrom (Euchistus heros), o percevejo-verde (Nezara viridula), o percevejo verde-pequeno (Piezodorus guildinii). Dentre esses, a espécie com maior potencial em causar danos é o percevejo verde-pequeno (figura 1).
Figura 1. Danos dos principais percevejos em soja.
Os maiores danos em soja são observados quando os percevejos acometem a cultura durante o período reprodutivo, mais especificamente na fase de enchimento de grãos, sendo essa, considerada período crítico a ocorrência dos percevejos. O pico populacional da praga ocorre no final do ciclo da soja, o que torna necessário intensificar o manejo na implantação das culturas sucessoras.
Figura 2. Período crítico e pico populacional de percevejos em soja.
Sobretudo, além de realizar o controle eficiente dos percevejos para evitar perdas de produtividade, é fundamental atentar para o manejo da resistência e suscetibilidade da praga a inseticidas. O uso intensivo de inseticidas de mesmo principio ativo contribui para o aumento da pressão de seleção de indivíduos resistentes, dificultando o controle dos percevejos nas safras subsequentes e acarretando no aumento populacional da praga.
Por natureza, os percevejos apresentam baixa mobilidade migratória, permanecendo próximo as áreas de origem, e/ou até mesmo permanecendo no mesmo talhão. Nesse sentido, conhecer a suscetibilidade das espécies de percevejo presentes nas áreas, bem como adotar estratégias que permitam manejar a resistência dessas pragas e inseticidas, é de suma importância para um controle eficiente dos percevejos nas safras futuras.
Realizar a rotação de produtos, utilizando inseticidas com modos de ação diferentes e atentar para a suscetibilidade da espécie de percevejo ao inseticida. Além disso, recomenda-se que inseticidas com o mesmo modo de ação ou com resistência cruzada não sejam utilizados em janelas adjacentes ou sequenciais. No entanto, o mesmo modo de ação pode ser usado em janelas alternativas. Para uma melhor prática de gerenciamento de resistência, vários modos de ação eficazes devem ser utilizados em um programa (IRAC-BR)
Figura 3. Níveis de ação para o controle de percevejos em soja.
Vale destacar que, a resistência cruzada ou múltipla entre subgrupos é maior do que entre grupos diferentes. Portanto, a rotação entre subgrupos deve ser evitada e opções alternativas devem ser buscadas para manter a suscetibilidade as pragas (IRAC-BR).