20 jul de 2021
Brasil – Soja – Todo multissítio é protetor?

Durante o ciclo de desenvolvimento da soja, é necessário realizar o manejo fitossanitário da cultura, a fim de reduzir as perdas produtivas ocasionadas por pragas e doenças. Com o objetivo de manejar doenças em soja, o controle químico com o emprego de fungicidas é a ferramenta mais utilizada a nível de campo.

Com base em seu espectro de ação, um fungicida pode ser multissítio ou sítio-específico. Fungicidas sítio-específicos são ativos apenas contra um único ponto da via metabólica de um patógeno ou uma única enzima ou proteína necessária para o fungo (Godoy et al., 2020). Já fungicidas multissítios por sua vez, afetam diferentes pontos metabólicos do fungo.

Figura 1. Alguns locais de ação de fungicidas na célula do fungo.

Fonte: Marques (2020)

Na prática, a seletividade dos fungicidas sítio-específicos aumenta a possibilidade da ocorrência dos casos de resistência de patógenos a fungicidas, quando comparados aos fungicidas multissítios. Na cultura da soja, populações do fungo Corynespora cassiicola resistentes aos fungicidas metil benzimidazol carbamato (MBC), inibidores de quinona externa (IQe), inibidores da succinato desidrogenase (ISDH) e populações de Phakopsora pachyrhizi menos sensíveis a inibidores da desmetilação (IDM), IQe e ISDH têm sido relatadas (Godoy et al., 2020).

O fato torna necessário reavaliar algumas práticas de manejo de controle de doenças e investir no uso dos fungicidas multissítios visando reduzir o risco de desenvolvimento de novos casos de resistência. Os programas de aplicação de fungicidas devem apresentar controle efetivo das doenças. O gerenciamento correto de controle é um componente crítico para retardar o desenvolvimento de populações resistentes, pela pressão de seleção exercida pela aplicação dos fungicidas (FRAC-BR).

Conforme destacado por Silva et al. (2015), fungicidas multissítios a exemplo do mancozebe tem potencial para ser adicionado às misturas de fungicidas na implementação de estratégia antiresistência da ferrugem da soja. Além disso, a eficiência de fungicidas no controle de doenças em soja é observada por diversos autores, como por Nanuci (2019) e Godoy et al., (2020), especialmente se tratando de doenças complexas como a ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi).

Conforme recomendações do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, todo e qualquer programa de controle da ferrugem da soja deve ser inicializado e forma preventiva. Com isso em vista, fungicidas multissítios podem exercer significativa influência no manejo da ferrugem entre outras doenças da soja.


Veja mais: Fungicidas multissítios no controle da ferrugem-asiática e na manutenção da produtividade da soja


Contudo, cabe destacar que a ação protetora de um fungicida multissítio esta ligada ao momento de aplicação dele (antes ou depois da infecção do patógeno), ou seja, um fungicida exerce ação protetora quando é aplicado antes da infecção do patógeno, “protegendo a planta contra a doença”, logo, não necessariamente todo fungicida multissítio exerça ação protetora no manejo de doenças da soja, isso irá depender de quando ele é aplicado. Essa e outras informações sobre fungicidas multissítios estão disponíveis no curso “Fungicidas protetores-multissítios: Sua lavoura não pode ficar sem” que a Equipe Mais Soja preparou para você em parceria com o Professor e Pesquisador Marcelo Madalosso. Clique aqui e confira!

Fonte: Mais Soja

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