Um estudo de 20 anos sobre os efeitos do uso da maconha a longo prazo demoliu o argumento de que a droga é segura.
Cannabis é altamente viciante, causa problemas de saúde mental e abre a porta para drogas pesadas, segundo o estudo.
O papel do professor Wayne Hall, um conselheiro de drogas para a Organização Mundial de Saúde, constrói um caso convincente contra aqueles que negam que a maconha provoca devastação no cérebro.
O cientista recusa veementemente as opiniões daqueles que dizem que a maconha é inofensiva: “Se a maconha não é viciante, então nem é a heroína ou álcool são“, disse ele.
Aqueles que tentam parar de fumar maconha, muitas vezes, sofrem de ansiedade, insônia, distúrbios do apetite e depressão, segundo o estudo. Mesmo após o tratamento, menos da metade conseguiu ficar longe da droga durante seis meses.
O professor ainda salientou que, de acordo com os dados, seria impossível ter uma overdose fatal usando maconha, tornando-a menos perigosa do que outras drogas. Além disso, usar a Cannabis sativa durante a gravidez pode reduzir o peso do bebê e, ao longo prazo, aumentar os riscos de câncer, bronquite e ataque cardíaco.
Mas sua principal conclusão é que o uso regular, especialmente entre adolescentes, leva a problemas de saúde mental, de longo prazo e dependência.
“O ponto importante que eu estou tentando mostrar é que as pessoas podem entrar em dificuldades com o uso de Cannabis, particularmente se elas usam diariamente por longo período“, disse ele. “Não há dúvida de que os usuários pesados experimentam uma síndrome de abstinência semelhante aos usuários de álcool ou heroína”.
Mark Winstanley, comentou: “A maconha é erroneamente vista como uma droga segura, mas este novo estudo mostra que há uma ligação clara com a psicose e esquizofrenia, especialmente em adolescentes”. Além disso, segundo ele, fumar maconha é uma roleta russa, onde pode surgir sintomas de problemas mentais a qualquer momento.
No Reino Unido, Nick Clegg, líder de um dos partidos que é favorável a descriminalização da maconha, afirmou em uma conferência que as pessoas não devem ser presas se forem apanhadas com uma pequena quantidade da droga.
O estudo, publicado na revista Addiction, mostrou que existem uma ascensão na procura de tratamentos médicos para a chamada “síndrome de dependência de Cannabis”. O estudo também mostrou que não houve diminuição ou controle do uso da droga em países onde ela foi legalizada.
Com informações do Jornal Ciência e do Blog Ioeste