A região do MATOPIBA, não obstante a crise econômica e política que levou o país a uma recessão e à falta de credibilidade junto aos investidores nacionais e internacionais  vive, neste final de segundo semestre, momentos fundamentais para o desenvolvimento do agronegócio e da agricultura familiar não só para este imenso território agropecuário, mas também para todo o Brasil.

Eu destaco, aqui, pela ordem, três iniciativas que corroboram com minha afirmação acima:

Primeiro, mais uma edição da Feira de Agrotecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins Brasil 2016), na sua 16ª versão. Esta feira, hoje a 8ª maior de todo o Brasil no seu gênero e a maior em toda a região Norte brasileira, ano após ano, tem sido, de um lado, grande desafio do governo do Tocantins e seus gestores; de outro, a grande vitrine do potencial agropecuário e das pesquisas voltadas para as condições edafoclimáticas do seu bioma.

Nas últimas duas edições, esse desafio foi maior ainda, levando-se em conta a situação difícil assumida pelo atual governo do Estado no ano passado, quando o governo chegou a tal ponto de não ter crédito sequer para comprar um pacote de café, que dirá investir mais de R$ 4 milhões na estrutura, organização e divulgação da feira. Mas a realizou, e com sucesso.

Neste ano, novo desafio para os produtores rurais, empresários do ramo de máquinas, equipamentos e insumos agrícolas, principais expositores da feira: país em crise, quebra de safra de quase 40% de sua produtividade, causando um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão. A feira, proporcionalmente, maior do que a do ano passado – em termos de expositores e tecnologias apresentadas -, está ai e, também, um sucesso.

Neste contexto, vale ressaltar, o perfil em que a Agrotins Brasil se transformou:

É uma feira de encontro de tecnologias da engenharia de máquinas, equipamentos, pesquisas e insumos agrícolas voltadas para o chamado agronegócio (agropecuária empresarial), conforme ela foi planejada no segundo governo de Siqueira Campos e consolidada nos governos de Marcelo Miranda – que mais tempo esteve com ela sob a sua responsabilidade, juntamente com o “Veim” Roberto Sahium, como o governador chama seu ex-secretário de Agricultura?

É. Mas, melhor ainda, seus organizadores conseguiram a proeza de reunir, num mesmo espaço, a agricultura familiar, a difusão de culturas tocantinenses de uma forma geral, e as atividades agrícolas, artesanais e culturais dos povos indígenas e quilombolas do Estado, que também são produtores. Tudo harmonicamente e sem transformar a feira em quermesse. Tocantins foi o único estado com evento desta natureza a conseguir essa benéfica proeza.

E mais um detalhe muito importante: o empenho e a presença do governador Marcelo Miranda para a feira e na feira. Neste ano, ao fazer a abertura oficial do evento, dia 4 de maio, ele lá permaneceu por mais de cinco horas visitando expositores e pesquisadores. No dia seguinte, sem alarde, lá voltou para visitar a agricultura familiar e os povos indígenas e quilombolas.

Segundo momento importante para o MATOPIBA e para o Brasil: a inauguração, no dia 7 de maio,  do complexo administrativo de pesquisas, em Palmas, capital do Tocantins, da Embrapa Pesca, Aquicultura e Sistemas Agrícolas, o mais novo Centro Nacional de Pesquisa desta estatal federal. Criada há sete anos e funcionando em acanhadas instalações, a unidade está voltada para o desenvolvimento da pesca e da aquicultura de todo o  Brasil e de sistemas agrícolas no MATOPIBA. Foi e é uma conquista muito grande desta região que tem o orgulho de sediá-la.

O terceiro grande momento do MATOPIBA neste semestre é a realização de mais uma edição da Bahia Farm Show que, desde quando sua promotora, a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a assumiu,  a partir de uma mudança de rumo do Sistema Agrishow, tem sido um grande desafio empreendido por todos os presidentes que já passaram e está na instituição, principalmente na última edição, no ano passado, quando o pais começava seu mergulho na atual crise política e econômica. A feira bateu novos recordes de público e de faturamento e, ainda, fez um grande papel social.

Neste ano, a dimensão do desafio é maior ainda: a crise brasileira se agravou, houve, no oeste baiano, uma quebra de safra, também. Na verdade, muitos esperavam que a feira nem fosse realizada, mas ela vem por ai, entre os dias 24 e 28 de maio, prometendo, se não o mesmo faturamento do ano passado, ao menos aproximar.

Não quero aqui ser acusado que puxei mais para Agrotins, ao descrever sobre ela. A importância e o histórico da Bahia Farm Show, eu  também conto na edição especial impressa de Cerrado Rural, que circulará uma semana antes e durante a feira do oeste baiano.

É isto: A Agrotins e a Bahia Farm Show são as principais vitrines do MATOPIBA à visão do Brasil e o mundo. E nós temos um dos mais importantes CNP da Embrapa.

Antônio Oliveira

 

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