Com grande sucesso de público, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e a Embrapa Solos realizaram na manhã desta quinta-feira (26) o Encontro de Construtores de Solo do Oeste da Bahia, em Luís Eduardo Magalhães. Produtores rurais, agrônomos, consultores, técnicos agrícolas e pesquisadores da área puderam se aprofundar em pesquisas e técnicas em desenvolvimento para que venham garantir a fertilidade e a proteção do solo, garantindo benefícios econômicos e ambientais na agricultura.
Presente ao evento, o produtor de milho e soja, Cícero Teixeira, acredita que este debate é fundamental para conhecer novas formas para proteger o solo e melhorar a produtividade do solo. Ao elogiar a programação, o consultor, Altair Lisboa, de uma empresa de fertilizantes, acredita que, “mesmo com várias técnicas, como o plantio direto, as pesquisas e a aplicação no campo ainda continuam avançando para garantir uma maior conservação dos nutrientes do solo que tragam mais produtividade com menor custo”.
O evento reforçou o debate, junto ao público presente, para temas como “Manejo e conservação da água e do solo” e a “Construção da fertilidade do solo em grandes culturas com ênfase na adubação potássica”, fomentadas pelos pesquisadores da Embrapa Solos, Pedro Luiz de Freitas e Paulo Cézar Teixeira. O geógrafo e professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Dr. Ricardo Reis Alves, discorreu sobre a “Erosão de solos em sub-bacias hidrográficas do Rio Grande” e como a proteção dos solos poderiam reduzir o carreamento de material orgânico e terra evitando o assoreamento do leito dos rios.
Já o agrônomo Dr. Júlio César Bogiani, da Embrapa Algodão, mostrou na prática a importância da “Construção da fertilidade de solo em algodão”. O pesquisador Me. Afonso Peche Filho, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) encerrou a programação de palestras sobre a “Fragilização do solo pela mecanização em áreas agrícolas” e alertou para a importância de evitar deixar o solo exposto às intempéries climáticas, principalmente às chuvas, que podem levar todos os nutrientes do solo. “O conhecimento técnico é fundamental. Conhecendo o solo, pode se dimensionar os investimentos no uso de adubos e fertilizantes, e ter mais segurança para elevar a produtividade da produção agrícola”, afirma.
O organizador do Encontro, o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, acredita que existe um custo enorme de tempo e investimento em palhadas, que geram matéria orgânica, e em fertilizantes para promover a melhoria dos solos. “E todo este trabalho pode ser perdido com as chuvas, por exemplo, e ainda causando o assoreamento dos rios, principalmente em áreas que antecedem o vale por possuírem uma alta declividade e baixa infiltração”, afirma.
Ainda de acordo com Busato, é preciso buscar novas tecnologias adaptadas e específicas para que cada produtor possa avançar na melhoria do solo, minimizando as perdas de nutrientes e o assoreamento dos rios com as chuvas. “Existem produtores que estão fazendo o dever de casa, mas todos – independente se é do Cerrado ou do Vale, grandes, médios ou pequenos – devem se utilizar do conhecimento existente, como visto no evento, para buscar soluções e proteger o seu patrimônio. Precisamos no mínimo entregar aos nossos filhos e netos um solo melhor do que nos foi dado”, afirma.
O evento, que também contou com a presença da presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães, Carminha Missio, integra o projeto “Construtores de Solos”, capitaneado pela Embrapa, por meio do pesquisador Pedro Luiz de Freitas, e pelo site Notícias Agrícolas, com o jornalista Pedro Batista Olivi, que deverão passar por outras regiões agrícolas de todo o Brasil para reforçar a importância da proteção do solo para a produtividade agrícola e para a sustentabilidade ambiental.
Fonte: Assessoria de Imprensa Abapa 27/04/2018