08 jun de 2015
Oeste – Perfil do oeste da Bahia

PERFIL DOS TRÊS SETORES NO OESTE DA BAHIA

A região é uma das maiores produtoras de grão no Brasil

A atual produção de soja, milho e sorgo, principais matérias-primas para a fabricação de rações para animais, no oeste da Bahia e a capacidade de sua expansão e conseqüente aumento da produção e produtividade são fortes evidências da viabilidade da avicultura, suinocultura e pecuária de leite na região. Esta região de cerrados da Bahia é uma das maiores produtoras de grãos e fibras no Brasil

Toda a região tem uma população de mais de 1 milhão de habitantes e uma localização privilegiada, colocando-a em conexão, atualmente por via rodoviária e, num futuro próximo, segundo perspectivas dos governos do Estado e da União, por via ferroviária, com todas as regiões do Brasil, principalmente com as mais próximas como sul do Piauí, sul do Tocantins e toda região leste do estado da Bahia.

Tudo que se refere à produção de alimentos nesta região de cerrados quer seja na produção primária, quer seja na industrialização, têm crescimento rápido, surpreende sempre. Isto se deve a sua localização privilegiada, às condições de clima, solo, índice pluviométrico, altitudes e abundância de água de qualidade, favoráveis a produção de alimentos.

AVICULTURA

Na avicultura, esta realidade não é diferente e temos como exemplo o frigorífico Frango de Ouro, em Barreiras. Seus proprietários iniciaram suas atividades abatendo frangos de forma artesanal e os fornecendo de porta em porta; passando para açougues até por, com o crescimento da demanda, iniciarem um frigorífico industrial.

Frango de Ouro se consolida e amplia sua capacidade

Vinte anos depois, o Frango de Ouro é um dos maiores e um dos que mais crescem em todo o Estado da Bahia. Tem hoje (texto redigido no início de junho de 2014) um plantel próprio com 62 mil aves a cada 40 dias e até julho deste ano, estará produzindo 124 mil frangos a cada período de 40 dias.

Sua capacidade de abate é de 30 mil frangos/dia e com o crescimento de seu plantel, a meta é abater 60 mil frangos/dia. A empresa abastece a região, algumas outras do estado da Bahia e aguarda a liberação do Ministério da Agricultura – SIF – para abastecer outros estados.

Toda a sua produção de frangos é própria, e parcerias com Asa Brasília e Mauricéia Alimentos. A empresa ainda não esta trabalhando com avicultores agregados o que ocorrerá em breve. Um projeto desenvolvido por governos municipais, SEBRAE e governo do Estado está em andamento, aguardando apenas a flexibilização das instituições de crédito no fomento a produção agregada de frangos.

Este potencial do oeste da Bahia para a produção de alimentos de origem animal atraiu para cá, também, o grupo pernambucano Mauricéia Alimentos.

Só na sua planta de fabricação de ração para atender a produção própria de grãos para o fornecimento a terceiros na Bahia e em Pernambuco, o grupo investiu mais de R$ 25 milhões.

Todo o complexo da Mauricéia Alimentos em Luis Eduardo Magalhães, pólo agrícola e agroindustrial a 90 quilômetros de Barreiras, é formado por cinco plantas integradas destinadas à produção de carne de frango para os mercados da Bahia, Goiás e Mato Grosso e 40% destinada à exportação.

Este complexo vertical trabalha desde a compra do milho e soja produzidos na região até a criação de frangos para o abate, criados em duas grandes granjas capazes de abrigar um plantel de 2,4 milhões de aves. Sua capacidade de abate é de 120 mil aves/dia.

Com a prerrogativa de quem já trabalha com avicultores agregados, o sócio-diretor da Mauricéia Alimentos, Marcondes Tavares de Farias, defende esta integração entre criadores individuais/frigoríficos, tendo como modelo ideal para a realidade das propriedades da região do Cerrado baiano, entre quatro e oito aviários. De acordo com ele, este número maior exige investimentos mais altos, em torno de R$ 380 mil . Mas ele defende ainda que haja recursos de longo prazo disponíveis, com juros baixos, por meio do Banco do Nordeste.

Já para Nivaldo Evangelista Neves e Antônio Fernando de Oliveira, sócios-proprietários do Frango de Ouro, é grande a necessidade de trabalhar o sistema de integração. Eles lembram que, como fatores favoráveis a isto, a região oeste da Bahia dispõe de matéria-prima em abundância, unidades de processamento de ração e frigoríficos implantados para atender a demanda de frangos produzidos. “Desta forma, há um nicho de mercado indiscutível, pois tanto os produtores de grãos na região do Cerrado, quanto os produtores familiares na região do Vale, estão em condições altamente favoráveis para avançar nesta atividade”, acreditam eles.

A avicultura no oeste da Bahia não esta restrita a estes médio e grande complexos. Há os avicultores de corte e postura de frango de granja e caipira rústico e melhorado em toda a região, principalmente no Vale, ávidos por conhecimento e investimentos no crescimento de seus negócios. Contudo a cadeia ainda não está organizada como deveria.

BACIA LEITEIRA 

Em toda a Bahia, o rebanho de gado é de 11 milhões de cabeças, mas a produção leiteira ainda é baixa. O consumo é de 1,5 bilhão de litros por ano, mas o Estado só produz 920 milhões de litros de leite.

Os sete laticínios instalados na região oeste têm capacidade para a produção de 150 milhões de litros ano, porém produzem apenas mais ou menos 50 milhões de litros por ano, processados em estabelecimentos industriais inspecionados, correspondendo a 15% da produção de todo o Estado.

São cerca de 4 mil produtores que entregam o leite em laticínios inspecionados. Mais de 80% deles com escala de produção diária abaixo de 100 litros de leite/dia.

Algumas agroindústrias do leite, instaladas no oeste da Bahia, dão o toque de que a região é promissora, o que falta é mais investimentos e atuação dos governos e das instituições financeiras com suas linhas de crédito para o setor; organização, enfim.

Uma delas é a Leitíssimo, no município de Jaborandi. Trata-se de um laticínio para leite UHT Premium. O empreendimento é uma associação entre produtores brasileiros e neozelandês.

Gado da Leitíssimo sobre pastos irrigados

A produção é oriunda da Fazenda Leite Verde que trouxe para a região oeste da Bahia o modelo de criação de gado leiteiro da Nova Zelândia, o maior exportador de leite do mundo. Neste modelo, o gado é criado em pastagens irrigadas por meio de um sistema rotacional. A Fazenda Leite Verde tem um plantel de 3 mil animais.

A indústria produz atualmente 20 mil litros diários, mas pode chegar a 150 mil litros/dia, com produtividade diária em torno de 15 litros de leite por vaca – dez vezes superior do que a média da Bahia.

A empresa tem como meta atender ao mercado baiano que possui um déficit crônico no fornecimento de leite, suprido em sua maior parte por outros estados.

Outro projeto que acreditou no potencial da bacia leiteira do oeste da Bahia é a Fábrica de queijos e manteiga Ki Sabor, no município de Serra Dourada, já com mais de 16 anos de atividade.

Com capacidade instalada para processar 250 mil litros de leite/dia, durante o período de safra, investimento desta planta foi de R$ 4,7 milhões.

SUINOCULTURA

A suinocultura é uma atividade emergente no oeste da Bahia

O oeste da Bahia, de acordo com informações da Embrapa, possui 1.500 matrizes criadas dentro dos padrões técnicos exigidos pelo Ministério da Agricultura. A produção média é de 27 mil suínos/ano, totalizando 130 mil arrobas/amo, de acordo com a Associação dos Suinocultores do Oeste Baiano.

Ainda de acordo com esta Associação, o oeste da Bahia é a região mais atrativa para investimentos na suinocultura no estado da Bahia, pois além de ser grande consumidor, é um dos maiores centros nacionais de produção de grãos. Além disso, continua, destaca-se na região a implantação de unidades agroindustriais destinadas ao abate de suínos e à distribuição dos produtos industrializados, atendendo a crescente demanda do mercado regional.

Atualmente, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) está com parte de suas atividades focada no oeste da Bahia, região que, segundo a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Seagri), do estado da Bahia, é uma que mais crescem economicamente em função da exploração agropecuária e agroindustrial, intensificada na década de 1980 e vem registrando taxas acima das registradas em outras regiões do Brasil.

Por seu crescimento contínuo na criação de suínos e pela parceria de importantes empresas e produtores, a região é considerada pela Associação Baiana de Suinocultores (ABS) como uma das mais importantes par ao desenvolvimento da atividade no Estado.

 

(Levantamento feito pelo Jornal Cerrado Rural. Fotos: divulgação)

 

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