Uma caminhada pelas principais ruas do centro de Luís Eduardo Magalhães marcou o início da campanha de combate à violência e abuso contra crianças e adolescentes na tarde da quinta-feira, 15. Promovida pela Secretaria de Trabalho e Assistência Social do município, a caminhada contou com apoio de entidades ligadas aos diretos da criança e adolescente como o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), Conselho Tutelar, Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS).
Saindo da Praça Gerson Hoffman a passeata foi encerrada com um ato público em frente ao Centro Administrativo e a apresentação da canção “Cuida de Mim” interpretada por alunos do CRAS. Para a secretária de Trabalho e Assistência Social do município, Maira de Andrada Santa Cruz a partir da união de todos é possível “libertar nossa cidade de qualquer forma de agressão e violência contra as crianças e adolescentes”.
A caminhada, segundo a secretária, é sinal do compromisso de todos com os direitos deste público específico. “Precisamos ter atitude para não nos acomodarmos”, disse, destacando ainda que a denúncia é a melhor maneira de se prevenir atos de violência contra as crianças e adolescentes.
A campanha teve continuidade na manhã desta sexta-feira, 16, com uma palestra ministrada pela psicóloga Clarissa Zanchet Fagan no plenário da Câmara de Vereadores. A palestra teve como tema reconhecer o papel do educador no processo de prevenção ao abuso sexual infantil. “A melhor forma de combater ou prevenir uma situação de violência é através do conhecimento”, iniciou a palestrante e coordenadora do CREAS de Luís Eduardo Magalhães.
De acordo com Clarissa é importante que o educador assuma o papel da prevenção. “Embora o percentual de casos de abuso praticados contra crianças sejam de pessoas desconhecidas seja inferior ao de pessoas conhecidas ou da família, é preciso nos mantermos sempre alerta, observando sempre o comportamento das crianças”, defendeu. Estima-se que ao menos 69% dos casos de abuso são cometidos por pessoas conhecidas e 31% por pessoas desconhecidas.
“É preciso ensinar a criança a reconhecer e distinguir carinho de verdade de um toque inadequado”, comentou a psicóloga, ressaltando que o conhecimento não se constrói sozinho, daí a importância do educador nesse processo de diálogo e contato com as crianças e adolescentes o dia-a-dia. A campanha de combate ao abuso e a exploração sexual contra a criança e adolescente terá continuidade a partir da próxima semana com palestras nas escolas, porém, com outra linguagem.
Historicamente, o dia 18 de maio é lembrado oficialmente como Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. A data foi oficialmente instituída pela Lei nº 9.970/2000 em lembrança ao episódio que envolveu a menina Araceli Cabrera Sanchez, que em 18 de maio 1973, na ocasião com oito anos, foi sequestrada, espancada, violentada, drogada e assassinada. Apesar da grande comoção da sociedade, as investigações policiais foram concluídas e os agressores jamais foram punidos.
Fotos – Ascom Lem
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