23 ago de 2017
Brasil – Agricultura – PIB do agro deve crescer 0,9% em 2017

Segundo o Cepea, estimativa é melhor do que a anterior graças à queda menos acentuada nos volumes e preços

Cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, feitos em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) indicam que o PIB do Agronegócio brasileiro deve crescer 0,9% neste ano – considerando-se informações disponíveis até maio/17, referentes ao PIB-renda. Na comparação com a estimativa anterior, com dados até abril, verifica-se melhora no resultado esperado para o agronegócio – a última projeção indicava estabilidade (+0,1%). Esse aumento deve-se, principalmente, à queda menos acentuada nos volumes e nos preços do segmento agroindustrial, na comparação anual.

Para o agregado do agronegócio, assim como já observado em estimativas anteriores, a renda segue pressionada pelo movimento de preços desfavorável ao setor, enquanto o PIB-volume se mantém com crescimento relevante. A relação entre os deflatores do agronegócio e da economia como um todo apresentou redução de 3,5% na comparação entre os primeiros cinco meses de 2017 e o mesmo período de 2016. Quanto ao PIB-volume do agronegócio, estima-se elevação de 4,5% em 2017.

No ramo agrícola, a forte elevação do PIB-volume (+7,1%) se sobrepõe à queda estimada na relação de preços (-5,1%), de modo que, para o PIB-renda, estima-se elevação anual de 1,6% em 2017 – ligeiramente superior à estimativa anterior, de +1,4%. O relevante crescimento da produção no campo que, por sua vez, estimula indiretamente os demais segmentos do ramo, segue como principal impulsionador do PIB-volume.

Quanto ao ramo pecuário, a estimativa da variação anual do PIB-renda apresentou melhora relevante em comparação com os resultados anteriores, com queda menos acentuada (estimada em -0,9%). Esse resultado atrela-se principalmente à melhora na relação de preços para o ramo, especificamente na agroindústria e nos agrosserviços. Para o PIB-volume, a estimativa de crescimento segue negativa, em 1,3%, relacionada aos resultados de baixa principalmente para o abate bovino e para a fabricação de laticínios.

O movimento de queda na relação entre os deflatores do agronegócio e da economia como um todo representa, por um ângulo, uma perda de rentabilidade da produção do setor frente à média da economia. Esse cenário desfavorável tem marcado, especificamente, o ramo agrícola do agronegócio.

Por outro ângulo, a perda de rentabilidade do setor tem reflexo positivo na economia e na sociedade, contribuindo para o controle da inflação e para a garantia de acesso a alimentos mais baratos. Produzindo volumes crescentes a preços acessíveis, o agronegócio ajuda a garantir uma importante dimensão do bem-estar, principalmente da população tipicamente mais pobre.

 

Mensal – Em maio, o PIB do agronegócio cresceu 0,36% na comparação com abril, quando o desempenho foi 0,05% superior ante março de 2017. Este desempenho é o melhor mensal desde outubro de 2016, quando o PIB agro cresceu 0,56%. De janeiro a maio, o crescimento foi de, igualmente, 0,36% em relação a igual período do ano passado.

 

O setor agrícola teve incremento de 0,35% em maio ante abril/2017 (no acumulado dos cinco primeiros meses, foi de 0,68%), enquanto o pecuário avançou 0,36% (-0,38% no acumulado). O segmento primário do agronegócio acumulou alta de 4,06%; já os demais tiveram recuos de 2,13% em indústria, 0,35% em insumos e 0,3% em serviços.

 

“Apesar do desempenho acumulado negativo da agroindústria, a expansão observada em maio nesse segmento (0,43%) garantiu uma melhora relativa do indicador”, disse a CNA em nota. O crescimento mensal da agroindústria foi o primeiro desde setembro de 2016. Ainda em maio, o setor primário avançou 0,4%, o de serviços subiu 0,39% e os insumos baixaram 0,26%, resultados que culminaram na alta de 0,36% para o PIB do agronegócio no mês.

 

Fonte: Cepea e ESTADÃO CONTEÚDO
Oferecimento:
77 9 9926-6484 / 77 9 9979-1856