11 abr de 2019
Brasil – Cafeicultura – Conheça 3 tipos de grão de café e seu ciclo de vida

Os entusiastas do café sabem que existem dois tipos dessa planta: arábica e robusta, sendo que cada uma delas tem características diferentes, que influenciam no sabor e no aroma da bebida.

O que alguns ainda não sabem é que, dessas duas espécies, existem muitas variações nos tipos de grão de café, e é justamente sobre isso que falaremos no artigo de hoje.

Explicaremos um pouco sobre o ciclo de vida do café, seus subtipos, as áreas de cultivo e que tipo de bebidas produzem, para que você aprofunde seu conhecimento sobre o café e possa apreciar as nuances de diferentes e deliciosas combinações. Vamos lá?

O ciclo de vida do café

Tomar uma boa xícara de café é uma experiência incrível, especialmente quando temos em mente que o seu ciclo de vida é bastante longo até que um grão de excelente qualidade chegue até nós.

Plantio

Tudo começa, logicamente, com o plantio. O grão do café é, na realidade, uma semente e, como tal, precisa ser cultivada para dar origem a uma árvore. Na produção de grande porte, as sementes são cultivadas em viveiros até germinarem, quando então serão plantadas em um solo preparado.

É fundamental que as mudas sejam regadas constantemente e protegidas da exposição ao sol direto, de forma que tenham tudo o que for necessário para se desenvolver. Quando a muda se tornar um arbusto, ela será plantada definitivamente. Em média, é preciso esperar entre três e quatro anos para que a planta dê frutos.

Colheita

Passado o período de plantio e cultivo, é chegada a hora da colheita. Para um produto de grande qualidade, ela deve ocorrer quando a semente atingir um determinado nível de maturação, facilmente observável pela coloração cereja que a fruta apresenta.

Esse processo pode ser feito de forma manual ou mecânica, dependendo da escolha do produtor. Além disso, pode-se optar pela forma seletiva ― na qual apenas os frutos maduros são retirados ― ou por colher todos de uma só vez.

Fermentação

Logo após a colheita, é feito o processo de fermentação, muito importante para evitar a deterioração do grão. Basicamente, existem duas maneiras de fazer isso: a forma mais antiga e tradicional é a secagem sob o sol, na qual o café é colocado em redes e revirado durante o dia para que seque de forma equilibrada. Isso pode levar semanas.

Já o outro método envolve água e maquinário e demanda a separação da polpa e do grão, de forma a selecionar os mais maduros, que posteriormente serão transportados para tanques de fermentação. Dependendo de uma série de fatores, esse procedimento pode levar entre 12 e 48 horas. A finalidade é remover a camada lisa de mucilagem.

Secagem

O passo seguinte é a secagem, um processo que prepara os grãos para o armazenamento. Isso pode ser feito ao sol, em mesas de secagem, máquinas ou em pisos, onde eles serão remexidos regularmente.

Feito o procedimento, os grãos serão armazenados em sacos de juta ou de sisal e selecionados até que estejam preparados para a venda.

Prova

O momento da prova é fundamental para todos os tipos de grão de café, principalmente para os fabricantes que adquirem o produto ainda verde. São feitas torras de pequenos lotes para uma averiguação do sabor e de outras características, como acidez e aroma.

Esse processo se denomina cupping e, na maioria das vezes, ocorre em um ambiente próprio para o procedimento.

O profissional responsável ― chamado de cupper ― executa diversas avaliações para assegurar uma qualidade elevada da mercadoria. Por incrível que pareça, o especialista pode provar dezenas de exemplares da bebida por dia e ainda conseguir distinguir sutis diferenças.

Torra

Após a aprovação por parte do cupper, os grãos de café seguem para a torra. É esse processo que transforma o produto ainda verde nos grãos marrons que você encontra nas prateleiras do supermercado.

A maioria das máquinas de torra opera em temperaturas elevadas enquanto gira, espalhando calor por igual. Depois, o produto é resfriado em água ou ar ambiente. Essa etapa é feita próxima à venda, pois o consumo deve ocorrer o quanto antes para que as qualidades dos grãos não sejam perdidas.

Moagem

A moagem pode variar de acordo com os tipos de grão de café e com as preferências da empresa e do cliente e o seu objetivo é obter o máximo de sabor na bebida. Ela pode ser mais grossa ou mais fina, dependendo da forma como o café será preparado. Quanto mais fina, mais rápido deve ser o preparo, como ocorre no café espresso.

Preparo

Por fim, chega a hora do preparo. Ele pode ser feito de diversas maneiras, de acordo com o gosto de cada pessoa. Há desde os tradicionais filtros de papel e de pano até as modernas máquinas de espresso, passando pelas famosas cafeteiras italianas e pela prensa francesa. Deu água na boca, não é mesmo?

A diferença entre os grãos de café arábica e robusta

O café arábica é de origem etíope e pode ser encontrado praticamente no mundo todo. No entanto, sua textura, sabor e aroma podem mudar de acordo com as características de plantio.

Conhecida por sua doçura no sabor e aroma, por sua variedade na acidez e por conter 50% menos cafeína em sua composição em comparação com a robusta, a arábica é a preferida para blends de café gourmet.

Isso não significa, porém, que a robusta ― também de origem africana ― esteja abaixo da arábica em algum aspecto. Sua baixa acidez, inclusive, faz dela a melhor opção na composição de cafés solúveis.

Tipos de grão de café arábica

Vejamos agora alguns tipos de grão de café de variedade arábica:

1. Kona

Esse grão é cultivado no distrito de Kona, no Havaí, de onde vem seu nome. O diferencial do cultivo desse grão é a proximidade com o solo vulcânico, o que o faz ter textura mais aveludada e sabor com notas de frutas.

Considerado um dos melhores cafés do mundo, o Kona permite a produção de bebidas feitas somente com esse grão, sem misturas após a torra, devido ao seu sabor tão marcante.

2. Bourbon

O Bourbon é a variedade de arábica mais conhecida e é bastante cultivada no Brasil. Entre suas principais características estão o aroma forte com notas de caramelo, a acidez média e a textura achocolatada. Bastante equilibrado, o Bourbon agrada os paladares com suavidade.

Além disso, esse grão pode compor um blend com robusta para acentuar a acidez e o sabor, conferindo intensidade à bebida.

3. Catuaí

O café Catuaí pode ser encontrado em sementes vermelhas e amarelas, e seu cultivo gera melhores resultados quando feito a mais de 1000 metros de altitude. Amplamente cultivado no Brasil, sobretudo em Minas Gerais, o Catuaí destaca-se por características como acidez moderada, sabor adocicado e textura pouco encorpada.

Além desses tipos de grãos, você ainda pode encontrar outros como Caturra, Novo Mundo e Acaiá. É válido dizer que quando se trata de café gourmet, não existe sabor melhor ou pior, mas, sim, o sabor ideal para o paladar de cada um.

Experimente, portanto, bebidas feitas a partir de diferentes tipos de grãos, levando em conta sua safra ― maturação, clima, local, tipo de solo, torrefação ―, pois tudo isso faz diferença na hora da escolha, tal qual ocorre com os vinhos, e mergulhe em um mundo de descoberta de sabores que vão surpreender seu paladar.

Se você gostou de conhecer mais sobre os tipos de grão de café, também pode gostar do nosso outro artigo do blog sobre a diferença entre o café tradicional e o gourmet!

Fonte:takecoffee

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